Ciência e Tecnologia

Estudante da UFRB Feira desenvolve pesquisa que une Braille e QR Code

Pesquisa testou metodologia com pessoas cegas de diferentes partes do Brasil.

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Foto: Divulgação/UFRB

A estudante do mestrado profissional em Educação Científica, Inclusão e Diversidade da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Patrícia Silva de Jesus, criou o “Manual de Audiodescrição em QR Code para produtos editoriais”, sob a orientação da professora Nelma Galvão, do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (Cetens), Campus Feira de Santana.

O intuito da pesquisa é misturar elementos analógicos (braille e escrita convencional) com outros recursos digitais (QR Code e áudio) para melhorar a experiência das pessoas cegas e com baixa visão. O braile é um sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão e é tradicionalmente escrito em papel relevo. Já o QR Code é um código de barras que pode ser facilmente escaneado usando a maioria dos celulares equipados com câmera.

Estudante da UFRB
Foto: Divulgação/ UFRB

Idealizadora do projeto #pracegover, que torna mais acessível conteúdos publicados nas redes sociais para pessoas cegas e com baixa visão, Patrícia Braille, como é conhecida, convive com amigos cegos desde os 16 anos e percebia as dificuldades que eles passavam.

“Tenho muitos amigos cegos, então a todo momento estou pensando em acessibilidade e em como ofertar produtos e serviços acessíveis. Um dia eu pensei em como seria misturar QR Code com audiodescrição em livros em braille, pois parto do princípio que toda tecnologia deve ser ofertada às pessoas com deficiência e às vezes mesclar essas tecnologias resultam em uma experiência mais plena de contato com a leitura. Foi movida por essas ideias que fiz um projeto de pesquisa e me submeti ao processo seletivo do mestrado da UFRB”.

Ao longo da pesquisa, pessoas cegas de diferentes partes do Brasil receberam livros em Braille com QR Code para testar a usabilidade da metodologia, e os resultados obtidos foram muito positivos. “Todas as pessoas cegas aprovaram a adoção da metodologia”, afirmou.

“É uma honra poder contribuir com as pessoas cegas, porque foi com elas que aprendi tudo que sei sobre acessibilidade. A forma que os cegos abraçaram minha pesquisa também me comoveu bastante. A pesquisa nunca foi apenas minha. Ela é nossa, sempre foi. E espero que muita gente, no Brasil e outras partes do mundo, também usufruam dos resultados desta pesquisa”, finaliza.

A defesa da dissertação está prevista para o mês de março e Patrícia Braille distribuirá o produto no Repositório da UFRB e nas redes sociais de forma gratuita para todo o Brasil e em outros países de língua portuguesa.

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