Tecnologia

Emissoras testam definição 16 vezes maior que Full HD

No Brasil, a distribuição do sinal de televisão digital HD ainda é restrita, e várias cidades recebem somente o sinal analógico. Ainda assim, a Rede Globo estabeleceu uma parceria com a NHK para acompanhar o desenvolvimento da tecnologia 8K.

Acorda Cidade

Se tudo correr como espera a emissora de televisão estatal japonesa NHK, a Olimpíada de 2016 será transmitida pela TV aberta do Japão com definição UHDTV 8K, 16 vezes maior do que o padrão de hoje, o Full HD.
 
Em fevereiro, uma equipe de engenheiros da empresa desembarcou no Brasil com seis toneladas de equipamentos para registrar paisagens da cidade e desfiles de Carnaval. O resultado tem sido exibido em uma televisão 8K de 85 polegadas.
 
No Brasil, a distribuição do sinal de televisão digital HD ainda é restrita, e várias cidades recebem somente o sinal analógico. Ainda assim, a Rede Globo estabeleceu uma parceria com a NHK para acompanhar o desenvolvimento da tecnologia 8K.
 
"Ainda estamos longe de poder distribuir o sinal HD por todo o Brasil, muito menos o 4K, que dirá o 8K", diz o diretor de engenharia de entretenimento da Globo, Raymundo Barros. "Mas já começamos a utilizar a tecnologia 8K em produções internas", completa, citando o exemplo da novela "Amor à Vida".
 
No folhetim, as cenas externas na cidade de São Paulo são filmadas dentro do Projac, em um fundo "chroma key" gigante, que depois é substituído por imagens da cidade filmadas em 8K. Para cada minuto de vídeo em resolução máxima, sem compressão, são necessários aproximadamente 200 Gbytes de armazenamento.
 
Não há previsão para a distribuição do 8K na televisão brasileira. Na japonesa, a estimativa é de que estreie em 2016, via satélite, e em 2020, por via terrestre.
 
Protótipos de câmeras compactas que filmam no padrão já foram apresentados pela NHK em feiras de tecnologia e o primeiro experimento cinematográfico em 8K, "Beauties à La Carte", foi exibido no Festival de Cannes deste ano.
 
MAIS CANAIS DE ÁUDIO
 
"O que a tecnologia busca é criar a sensação de imersão", diz Barros. Para isso, além das telas gigantes e das imagens ultradefinidas, o som dos vídeos 8K é capturado em 22.2 canais, ante os atuais 5.1.
 
Os japoneses afirmam, no entanto, que não serão necessárias mais caixas de som para reproduzi-lo. No momento, estão testando um sistema de distribuição de som embutido ao redor da tela.
 
Nas filmagens da Sapucaí, é possível ouvir com perfeição a variação do som conforme os carros alegóricos se aproximam e se afastam.
 
A tendência -além de produzir imagens cada vez mais realistas- é criar televisores cada vez maiores para ambientes cada vez menores. Se hoje a distância recomendada para assistir a um vídeo Full HD é de três vezes a altura da dela, a da TV 8K é de apenas um quarto disso (0,75 vez a altura da tela). As informações são do Folha de S. Paulo
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