Atenção, mulheres, está demonstrado pela ciência: chorar é golpe baixo. As lágrimas femininas liberam substâncias, descobriram os cientistas, que abaixam na hora o nível de testosterona do homem que estiver por perto, deixando o sujeito menos agressivo.
Ver uma mulher se acabando de chorar mexe tanto com qualquer marmanjão que ele até deixa de lado sua vontade de fazer sexo com ela para, primeiro, saber o que está acontecendo.Os cientistas queriam ter certeza de que isso acontece em função de alguma molécula liberada –e não, digamos, pela cara de sofrimento feminina, com sua reputação de derrubar até o mais insensível dos durões. Por isso, evitaram que os homens pudessem ver as mulheres chorando.
Colocaram, então, várias delas para assistir a "O Campeão" (1979), que conta a vida de um ex-lutador decadente que perdeu tudo, menos o filho, que adora o pai. Mas surge a mãe do guri, rica e malvada, que, apesar de nunca ter se interessado por ele, agora quer tirá-lo do pai.A mulherada caiu no choro, e suas lágrimas foram coletas e levadas para uma sala com dezenas de homens.Os cientistas molharam pequenos pedaços de papel, como aqueles utilizados em lojas de perfume como amostra, e deixaram que fossem cheirados pelos homens.
O contato com as lágrimas fez a concentração da testosterona deles cair quase 15%, em certo sentido deixando os homens menos machões.Ficaram tão sensíveis que, quando colocados para assistir à grande obra da história da cinematografia "Nove e Meia Semanas de Amor", filme erótico de 1986, relataram estar bem menos excitados do que os homens de um grupo que não tinha sido exposto às lágrimas.
O filme, que rendeu as sequências "Outras Nove e Meia Semanas de Amor" (1997) e "As Primeiras Nove e Meia Semanas de Amor" (1998), das quais os voluntários foram poupados, conta a relação amorosa e sexual (mais sexual do que amorosa) entre um magnata e a funcionária de uma galeria de arte em Nova York.
"BOYS DON'T CRY"
Os autores do trabalho, liderados por Noam Sobel, do Instituto Weizmann de Ciência, em Israel, publicaram o trabalho na última edição da revista "Science".
Sobel ressalta que faz sentido imaginar que o choro influencie os homens com frequência: "Quando abraçamos alguém amado, colocamos nosso nariz perto do rosto com lágrimas". O efeito acaba alguns minutos após o fim da exposição às lágrimas.Ele lembra que há perguntas em aberto. Qual, afinal, a molécula presente nas lágrimas? Se fosse isolada, que tipo de produto poderia ser criado? Além disso, o choro masculino comunica algo?
"Nós especulamos que sim, e talvez o choro infantil também." Sobel diz que há, porém, uma dificuldade para fazer estudos assim: é mais difícil fazer homem chorar. "Se precisássemos de lágrimas masculinas neste estudo, gastaríamos vários anos a mais para terminá-lo", diz.
Fonte: Folha Online