aparelho celular

Celulares crescem mais que acesso a banheiro

Há quase o mesmo número de celulares nos países em desenvolvi- mento que pessoas com acesso a sanitários

Acorda Cidade

A primeira década do século XXI marcou uma explosão em comunicações. Dados divulgados ontem pela União Internacional de Telecomunicações indicam que já há quase o mesmo número de celulares nos países em desenvolvimento que pessoas com acesso a banheiros. No total, 97 países, entre eles o Brasil, já tem uma penetração de celulares superior ao total de suas populações.

A entidade admite que as diferenças entre países ricos e pobres ainda são importantes. Mas destaca que esse hiato tem diminuído.

Ao final de 2010, mais de 2,6 bilhões de pessoas não tinham acesso a um banheiro ou sistema de esgoto em suas casas, índice basicamente estagnado na última década. No mesmo momento, 4 bilhões de pessoas nos países em desenvolvimento tinham um celular.

Ao final do ano passado, a taxa de penetração do celular nos países em desenvolvimento chegou a 70%. Nos países ricos, essa taxa havia sido atingida seis anos antes.

Expansão surpreende

Mas é a expansão que mais surpreende a entidade. Em 2002, apenas dois países no mundo tinham uma penetração da rede de celulares para mais de 100% da população. Oito anos depois, são quase cem países. Em 17 deles, já há um celular e meio para cada habitante

Na África, quase metade da população já tem um celular. Na Ásia, dois terços dos habitantes tem acesso à tecnologia. Nas Américas, a média de penetração é de 94%. Na Europa, ela chega a 117%.

No Brasil, o País passou a ter mais celular que habitantes em 2010. Em 2002, essa taxa era de apenas 20%.

No caso da internet, apenas 30% da população tem acesso à rede. Mas a expansão é considerada pela UIT como importante. No ano 2000, a penetração da internet não passava de 1% em 72 economias. Uma década depois, apenas seis países tem uma taxa de 1%.

Em média, 21% da população dos países em desenvolvimento tem acesso à rede, um atraso de dez anos em comparação aos países ricos. A taxa é ainda baixa. Mas ela representa um aumento de 20 vezes na África em uma década, passando de 0,5% para 10%. Nos países da ex-União Soviética, a taxa subiu de 10% em 2005 para 34% em 2010. Na Ásia, a expansão foi de 3,3% em 2000 para 22,5% em 2010. Na Europa, a taxa de acesso à internet passou de 23% no ano 2000 para 67% em 2010.

A taxa no Brasil é superior à média mundial. Mas, com pouco mais de 37% de acesso da população à internet, o Brasil ainda está distante da realidade da Europa.

Para a UIT, o maior desafio é como fazer chegar essas tecnologias de comunicação à população de 833 milhões de pessoas que vivem nos 50 países mais pobres do mundo. Nesses mercados, são 280 milhões de usuários de celulares.

No caso da internet, apenas 38 milhões de internautas existiam ao final de 2010, 4% da população desses países. A taxa é bem inferior à meta da ONU de ter 10% da população desses países conectados. (Diário do Nordeste)

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários