Acorda Cidade
O Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) divulgou neste mês que a taxa anual de derrubada de matas no território chamado de Amazônia Legal, que compreende áreas no Acre, no Amazonas, no Amapá, no Maranhão, no Mato Grosso, no Pará, em Rondônia, em Roraima e em Tocantins, caiu 75% em 13 anos, isto é, de 2004 a 2017.
As quedas mais acentuadas aconteceram entre 2004 e 2012, quando a linha descendente foi contínua. De 2013 em diante, porém, as áreas desmatadas crescem e caem ano após ano. De qualquer forma, se em 2004 deram 27,7 mil km² de territórios devastados, em 2017 eram 6,9 mil km².
A diminuição do desmatamento na Amazônia já rendeu até o surgimento de novos negócios, como o fornecimento de girassóis e crisântemos cultivados na região para o serviço de floricultura em Manaus, administrado pelo empresário Mikio Kubo. Ele foi o primeiro investidor da capital manauara a colocar dinheiro na produção de flores — outrora uma demanda do estado ao Sudeste do país.
A ideia deu certo: segundo dados de uma das revendedoras de flores da cidade, Manaus consumiu mais de 100 hastes da flor até agosto do ano passado, número superior a todas as outras capitais brasileiras onde a empresa opera. Além das margaridas, outras flores bastante consumidas na capital amazonense são as gérberas, da mesma família — as asteraceae.
Na avaliação do diretor de florestas e combate ao desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Jair Schmidt, além de criar obstáculos ao desmatamento um desafio é recuperar a vegetação nativa. Em 2017, foi aprovado um plano nacional com ações nesse sentido. Foi estabelecida a meta de recuperar 12 milhões de hectares até 2030.
“Não basta conter o desmatamento, temos que recuperar o que foi desmatado. É um desafio grande, mas necessário, para que o Brasil contribua na redução do aquecimento global, mantenha a biodiversidade e ajude para evitar problemas críticos de abastecimento e secas”, comentou.