Acorda Cidade
Secretários estaduais de Saúde de todo o país estiveram reunidos na quarta-feira (5), em Brasília, na Assembleia do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) para discutir a situação do novo coronavírus e as estratégicas de enfrentamento ao vírus. Na avaliação do secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, serão necessários cerca de R$ 600 milhões para todos os estados intensificarem as ações de vigilância.
"A demanda foi oficializada e agora o Ministério vê junto ao congresso, a suplementação orçamentária para que seja liberada. O pleito já foi feito, agora cabe ao ministério viabilizar ou não. Tenho expectativa que o ministro seja sensível”, resumiu Vilas-Boas.
Dentre as pautas do encontro, destaque para a normatização das quarentenas que porventura sejam necessárias no país. Na Bahia, está em construção um plano de contingência, dividido em quatro eixos: vigilância e saúde, assistência ao paciente, comunicação e gestão. Em linhas gerais, o plano trará orientações em relação à prevenção e manejo do paciente dentro das unidades, a fim de evitar a contaminação de profissionais e demais pacientes.
Estão previstas novas reuniões para definir o fluxo de coleta de amostra, o manejo clínico do paciente e quais hospitais serão considerados de referência para tratar a infecção no interior do estado. Em Salvador, o Instituto Couto Maia já é referência no tratamento especializado de doenças infectocontagiosas.
“As unidades precisam ter esse espaço, estarem equipadas com equipamento de proteção individual. Uma das coisas importantes é deixar claro que o paciente com coronavírus pode cursar tanto um grau leve, moderado ou grave. A depender da situação clínica, pode ser atendido em unidades primárias de atenção básica, unidades secundárias ou precisar de internação. Mesmo definindo unidades de referência, não significa que ele só pode ser atendido em hospital”, explica a coordenadora de Imunizações e Vigilância de Doenças Imunopreviníveis, Akemi Erdens.
A fim de ampliar as medidas de prevenção contra infecções virais como Coronavírus, H1N1, H3N2 e Influenza B, o secretário Fábio Vilas-Boas vem se reunindo com segmentos empresariais e da sociedade civil para sensibilizar sobre a importância da higiene regular das mãos e ratificar a necessidade de cumprimento da Legislação Estadual nº 13.706/2017, que determina a disponibilização de dispensadores de álcool gel por parte de estabelecimentos comerciais que prestam serviços diretamente à população.
Na avaliação do titular da pasta estadual da Saúde, a Bahia tem se preparado para lidar com as situações epidemiológicas mais adversas. “Nos últimos cinco anos, diversos estados brasileiros passaram por surtos e epidemias de sarampo e febre amarela, por exemplo, mas aqui conseguimos impedir o avanço dessas doenças devido a uma série de medidas, com destaque para o bloqueio vacinal e campanhas de sensibilização voltadas para a população e segmentos empresariais”, afirma Vilas-Boas.
Inicialmente de caráter educativo, as fiscalizações notificarão os estabelecimentos que não estiverem atendendo à legislação, de modo que se adequem o mais breve possível. “Assim, antes da chegada do inverno, teremos uma medida adicional de proteção a fim de minimizar as transmissões entre as pessoas”, pontua o secretário.
Os estabelecimentos comerciais sujeitos a essa obrigatoriedade são aqueles classificados como: varejos de alimentação; shopping centers e centros comerciais; agências bancárias e postos de serviços; casas lotéricas; hotéis e pousadas; bares, restaurantes e similares; casas de eventos e eventos realizados em locais fechados; supermercados e hipermercados; escolas e faculdades; igrejas e templos religiosos; clubes de serviços; padarias e delicatessens; cinemas e teatros; e oficinas de serviços.
A quantidade de equipamentos de álcool em gel a serem disponibilizados levará em conta a área do estabelecimento, sendo um equipamento a cada 70 metros quadrados, sempre em locais de fácil acesso e visualização, inclusive com placa contendo aviso.
Prevenção
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
• evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;
• realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
• utilizar lenço descartável para higiene nasal;
• cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
• evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
• higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
• não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
• manter os ambientes bem ventilados;
• evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
• evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
• profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).