Brasil

RS chega a duas semanas de temporais e cheias com Guaíba voltando a ultrapassar 5 metros

Após o fim de semana de chuvas intensas, o dia começou com os alertas dos especialistas: a semana traz mais chuva ao estado, a partir de quarta, em um cenário já com alta dos rios, risco de deslizamentos e chegada do frio.

Alagamentos - Rio Grande do Sul - voluntários - Paloma Sodré
Foto: Arquivo Pessoal

O Rio Grande do Sul completou, nesta segunda-feira (13), duas semanas da tragédia que já deixou 147 mortos após os temporais e as cheias que atingem diversas regiões do estado. No início da tarde, o lago Guaíba voltou a ultrapassar os 5 metros na capital Porto Alegre, depois de uma semana baixando lentamente.

Após o fim de semana de chuvas intensas, o dia começou com os alertas dos especialistas: a semana traz mais chuva ao estado, a partir de quarta, em um cenário já com alta dos rios, risco de deslizamentos e chegada do frio.

As preocupações valem para todo o estado: com a alta dos rios, desmoronamentos e tremores de terra, além da continuidade dos resgates das pessoas afetadas.

Guaíba de novo a 5 metros
Durante a manhã, o Guaíba voltou a superar os 4,76 metros da enchente histórica de 1941. Às 17h15, o lago estava em 5,04 metros em Porto Alegre, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).

O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS projeta que o nível máximo do Guaíba pode alcançar em torno de 5,40 metros nesta terça (14) – cerca de 20 centímetros a mais que o recorde batido na última semana, de 5,35 metros.

A Prefeitura de Porto Alegre construiu uma barricada improvisada em frente à Usina do Gasômetro, região central da cidade, para conter o avanço das águas do lago. As barreiras têm 1,80 metro e foram montadas com dois andares de sacos de areia. As estruturas estão localizadas na Avenida Presidente João Goulart e na Rua General Salustiano, no Centro da Capital.

Apesar do repique do Guaíba, a água está baixando nas ruas que foram alagadas após os problemas nas casas de bombas.

Situação dos rios

O governo do estado afirma que, em razão do volume de chuva que atingiu o RS nas últimas 48 horas, os rios Caí e Taquari vão sofrer elevações rápidas, atingindo a cota de inundação. Posteriormente, essas águas vão chegar ao Jacuí e ao Guaíba.

Nesta segunda, o Rio Caí chegou a 6,49 metros em Feliz e a 15,44 metros em São Sebastião do Caí, ambos acima da cota de inundação. O tráfego na ponte sobre o rio, na BR-116, está interditado desde domingo (12). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma das pilastras que sustenta a estrutura está cedendo.

O Rio Taquari chegou a 27,16 metros em Estrela (acima da cota de inundação) e a 15,58 metros em Muçum (acima da cota de atenção).

Nos rios da Região Metropolitana, continua a elevação com a descida das águas ao Guaíba. O Sinos chegou a 6,07 metros em São Leopoldo, e o Gravataí alcançou 5,86 metros na cidade que leva o mesmo nome do rio. Nos dois, a cota de inundação foi ultrapassada.

A Lagoa dos Patos também se encontra em níveis bem elevados, e com tendências de retomar a elevação nos pontos monitorados das regiões costeiras ao longo da semana, diz o governo. O nível do canal São Gonçalo, em Pelotas, na Região do Sul, bateu a marca de 2,88 metros no domingo, o mesmo nível da enchente de 1941. Nesta segunda, o nível da Lagoa dos Patos chegou a 2,37 metros em São Lourenço do Sul, ficando acima da cota de inundação.

Tremores e desmoronamentos

Na Serra, a madrugada foi de tensão. Em Caxias do Sul, os moradores acordaram com tremores de terra. De acordo com o Corpo de Bombeiros, os tremores foram registrados em uma rua do bairro Universitário, que é contornada por morros.

Por conta disso, a suspeita é que a chuva dos últimos dias seja a responsável: com a terra encharcada, aumentam os riscos de deslizamento de terra.

“Frutos da intensa quantidade de água que infiltra pelas fraturas das rochas e chegam nas profundidades. Rearranjam essas rochas e elas acomodam-se, gerando esses tremores aqui em cima”, diz o geólogo Sérgio Matana, morador de Caxias.

Fonte: G1

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