O laudo que comprova que as balas que mataram a jovem Eloá Pimentel foram disparadas pela arma de Lindemberg Alves, 25, será um dos principais trunfos da acusação no julgamento marcado para começar na próxima segunda-feira (13), no Fórum de Santo André, no ABC Paulista. A informação foi dada por José Beraldo, advogado criminalista contratado pela família da vítima e assistente da promotora Daniela Hashimoto.
Lindemberg, que manteve a ex-namorada de 15 anos refém por cerca de cem horas, é acusado por homicídio duplamente qualificado, duas tentativas de homicídio (uma contra a amiga de Eloá, Nayara Rodrigues, que acabou sendo vítima de um disparo no rosto, e outra contra o sargento Atos Valeriano), cárcere privado e disparo de arma de fogo.
"Até agora, o réu assumiu a postura de não abrir a boca. A previsão, no entanto, é que dessa vez ele fale e negue que o disparo tenha sido feito por sua arma", prevê Beraldo.O advogado também afirma que a defesa pode seguir pela linha de que o crime tenha sido cometido em legítima defesa ou mesmo passional. Ele, no entanto, garante que a acusação vai defender a ideia de que o crime foi premeditado e com requintes de crueldade. "Está mais do que provado que ele tinha uma possessão sobre jovem e que há uma grande diferença entre amor e paixão. Se quem ama, protege, quem tem uma paixão, mata", diz Beraldo.
Limdemberg, na opinião do criminalista, já invadiu a casa de Eloá com a intensão de matá-la. "E por isso que vamos lutar para que ele pegue a pena máxima", afirmou. Ele está confiante de que o réu seja julgado por todos os crimes e receba uma pena superior a 40 anos.
É justamente esse o desejo de Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá. Ainda que ela não confie muito na Justiça, garante que só conseguirá ter paz quando ver Lindemberg responder por todos os crimes que cometeu. "Não consegui ver nos olhos dele arrependimento algum por tudo que fez com a minha filha", conta ela, que acompanhou todos os julgamentos do caso e garante que acompanhará este também. "Será uma proteção à sociedade. Até para que ele não faça a mesma coisa que fez com a minha filha com a filha dos outros."
A previsão é que o julgamento dure três dias. Ao todo, serão ouvidos 19 testemunhas, sendo cinco de acusação, cinco de defesa e outras nove recomendadas pela juíza Milena Dias, responsável pelo caso. Uma das principais testemunhas será Nayara Rodrigues –amiga de Eloá–, que também foi feita refém pelo réu. Ao término de todos os depoimentos, será a vez de Lindemberg defender-se das acusações. Com informações do UOL.