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Um paciente que estava internado no Hospital Getúlio Vargas (HGV), na Penha, na Zona Norte do Rio, foi encontrado morto no Hospital Souza Aguiar (HSA), no Centro, na noite desta quinta-feira (28). Carlos Bruno, de 24 anos, estava internado em estado grave e saiu do HGV sem o conhecimento da família.
"A gente trouxe ele pra cá pra ser cuidado, pra ser tratado, porque é um hospital, e liberam ele. Eles mataram o meu irmão, cara, eles mataram o meu irmão. A gente só quer entender o que aconteceu, porque liberaram ele do hospital, se ele estava aqui pra cuidarem dele. Só isso, só isso", disse Nathália Assis, inconformada.
Carlos trabalhava vendendo balas no transporte público e, segundo a família, foi agredido por torcedores do Vasco da Gama no dia 15 de novembro, em São Cristóvão, por estar usando uma camisa do Flamengo. Ele deu entrada no Getúlio Vargas com traumatismo craniano.
Parentes contaram que ele foi diagnosticado com um coágulo no cérebro e estava desorientado e com amnésia e que tentou fugir do hospital um dia após ser internado. Ainda de acordo com a família, ele chegou a ir pra casa no dia 21, mas voltou à unidade e ficou internado na sala vermelha.
No domingo (24), a família foi ao Getúlio Vargas visitá-lo, mas quando chegou lá, foi informada de que ele havia deixado a unidade. O caso passou, então, a ser investigado pela Delegacia de Paradeiros, mas as buscas por Carlos Bruno terminaram na noite de quinta-feira, quando seu corpo foi localizado no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, onde ele foi identificado pelas digitais.
A família afirma não saber como ele foi parar lá. "O que queremos é a resposta, porque eles liberaram meu irmão em estado grave que ele tava e agora ele morreu e a gente não sabe como, com quem, que horas ele saiu do hospital de fato, com que roupa? Porque a roupa dele e o documento dele estão com a gente. Como é que o médico conseguiu liberar ele nesse estado, sem documento, sem roupa, desorientado, com sangramento no cérebro?", disse Nathália.
O que dizem as autoridades
A direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas afirmou que Carlos Bruno deu entrada no dia 21 e que, no momento de alta à revelia, estava lúcido e orientado. Segundo o hospital, apesar disso, funcionários pediram que ele retornassem ao leito. A Secretaria Estadual de Saúde informou que abrirá uma sindicância para apurar a conduta das equipes do Getúlio Vargas.
A Secretaria Municipal de Saúde contou que Carlos Bruno foi levado para o Souza Aguiar no dia (25), depois de ser encontrado desacordado na rua. Segundo a Secretaria Municipal, a identidade dele estava incompleta e não havia nenhum meio de contato com a família. Ele ficou internado e morreu na quarta-feira (27).
Fonte: G1