Acorda Cidade
Um projeto de lei do Senado pretende proibir a produção, importação, comercialização e distribuição, ainda que gratuita, de canudos e sacolas plásticas no Brasil.
Além disso, a proposta também proíbe a fabricação de produtos de higiene pessoal e cosméticos, tais como sabão, sabonete e pasta de dente, entre outros, que usam microplásticos como componentes.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o uso de canudos plásticos em quiosques, bares e restaurantes já foi banido. Isto porque foi sancionado um projeto de lei que proíbe a distribuição de canudinhos plásticos em estabelecimentos alimentícios.
O ator e cantor João Marcelo Di Martino, de 36 anos, morador do Rio de Janeiro, é uma das pessoas que apoia a proibição.
“Eu sou a favor desta proposta da proibição dos plásticos sim. Aqui no Rio a gente já tem esta proibição. A troca dos canudos foi feito de uma forma gradual e todos os estabelecimentos hoje em dia aqui só usam canudo de papel. Então, acho que para a natureza foi um ganho e para toda a sociedade também. Espero que a proposta passe.”
De acordo com o professor do curso de Gestão Ambiental da USP, André Felipe Simões, o grande problema dos microplásticos é o tempo que eles levam para se decompor.
“O tempo de decomposição de microplásticos, baseados em combustíveis fósseis, demora cerca de 300 anos. Está havendo um acumulo nos oceanos e nos rios do planeta muito grande de microplásticos. E isso pode acabar chegando a causar graves problemas à saúde humana. Mas, o mais interessante que se preocupar só com a espécie humana, é se preocupar só com a integralidade da vida na Terra.”
Segundo André Felipe Simões, é preciso criar uma nova consciência nas pessoas.
“As pessoas têm que ter uma cidadania ambiental mais intensa. Não adianta só leis. Leis são muito bem vindas, mas não pode servir para hipocrisia, para o chamado greenwashing. Paralelamente, é necessário que haja uma mudança de conscientização. A gente tem que criar uma nova consciência nas pessoas.”
Esta proposta que visa proibir a produção, importação, comercialização e distribuição de microplásticos teve origem em uma sugestão legislativa, que foi encaminhada ao programa e-Cidadania do Senado e, agora, o cidadão também pode opinar sobre o assunto até o dia 02 de dezembro.
Se você quiser participar da consulta pública do Senado, acesse a Enquete DataSenado: Proibição de canudos e sacolas plásticas.