Acorda Cidade
Morreu no início da tarde desta sexta-feira (22) a menina atropelada pelo carro abre-alas da Em Cima da Hora. Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, foi imprensada por um poste e a alegoria da escola e chegou a perder a perna direita durante uma cirurgia complexa.
Ela estava internada em estado gravíssimo no Hospital Souza Aguiar, no Centro da cidade, e, segundo funcionários da unidade, teve uma hemorragia interna.
Uma funcionária disse que a tia da menina ligou para a mãe de Raquel para informar sobre a morte.
Durante a cirurgia, que durou mais de 6 horas, Raquel sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ela também teve traumatismo no tórax e respirava por aparelhos.
Após o acidente, a Justiça determinou que as escolas de samba façam escolta dos carros alegóricos até os barracões. A decisão do juiz Sandro Pitthan Espíndola, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, acolheu o pedido do Ministério Público estadual.
Mãe desmaia no hospital
Marcela Portelinha, mãe de Raquel, desmaiou ao chegar para visitar a filha no hospital na tarde de quinta. Grávida, ela precisou ser carregada por um enfermeiro para dentro da unidade de saúde.
Ela disse que não recebeu nenhuma ajuda da Liga ou da Em Cima da Hora.
O MP afirmou, após o primeiro dia dos desfiles das escolas de samba da Série Ouro, que o desfile na Sapucaí violou normas de segurança estabelecidas para o evento. Um dos itens é específico sobre a segurança para crianças e adolescentes na concentração e dispersão de carros alegóricos.
Testemunhas contaram que a menina subiu no carro alegórico da Em cima da Hora, que estava parado na rua Frei Caneca, a 200 metros do portão da Marquês de Sapucaí. Quando o veículo começou a ser empurrado, a menina foi imprensada contra um poste.
Liga diz que se solidariza com a família
Em nota, as ligas das escolas de samba do Rio disseram que estão abaladas e que se solidarizam com a família de Raquel. Sobre as recomendações do Ministério Público, a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio disse que é preciso aguardar a apuração dos fatos e que, todos os anos, pede o apoio dos órgãos de segurança pública no entorno da Sapucaí.
A Polícia Militar afirmou que cumpriu as recomendações do MP.
A Riotur afirmou que trabalha junto aos órgãos competentes para garantir a segurança de todos, exigindo que haja fiscalização das ligas e das escolas de samba.
A escola de samba Em Cima da Hora — responsável pelo carro alegórico — disse que está esclarecendo com a liga das escolas de samba e as autoridades o que aconteceu.
Fonte: G1
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