Brasil

Mês de julho reforça a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente

O ECA atua como um escudo legal para proteger esse público das diversas formas de violência, exploração e negligência.

Francinne Strobel de Souza, especialista em psicologia social
Foto: Divulgação

Em meio a um dos períodos mais importantes para as crianças, o mês de julho marca a importância da legislação que há mais de três décadas tem sido um marco na proteção e promoção dos direitos das crianças e adolescentes no Brasil. Celebrado em 13 de julho, o Dia do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), visa garantir o acesso à saúde, educação, lazer, cultura e outros direitos básicos de crianças e adolescentes.

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Instituído pela lei Nº 8.069/1990, o ECA estabelece diretrizes claras para assegurar o desenvolvimento saudável e a proteção integral de jovens com menos de 18 anos, reconhecendo-os como sujeitos de direitos e garantias fundamentais. O estatuto representa um avanço significativo no desenvolvimento da cidadania e na defesa dos direitos humanos das crianças e adolescentes.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Brasil tem cerca de 60 milhões de crianças e adolescentes, muitos dos quais vivem em situações de vulnerabilidade social. O ECA atua como um escudo legal para proteger esse público das diversas formas de violência, exploração e negligência.

Francinne Strobel de Souza, especialista em psicologia social e docente de psicologia da Estácio, enfatiza a relevância do ECA na sociedade brasileira. “O Estatuto da Criança e do Adolescente é um instrumento essencial para a garantia de direitos. Ele estabelece um conjunto de normas que visam assegurar a dignidade, o respeito e a liberdade das crianças e adolescentes, promovendo seu desenvolvimento integral”, afirma.

Apesar da sua importância, a aplicação do ECA ainda enfrenta muitos desafios. Segundo o Disque 100, serviço de denúncias de violações de direitos humanos, em 2023 foram registradas mais de 200 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes, incluindo casos de abuso físico, psicológico e sexual. Esses números evidenciam a necessidade de fortalecer as políticas públicas e os mecanismos de proteção previstos no estatuto.

“O ECA é uma ferramenta poderosa, mas sua efetividade depende da aplicação rigorosa e do comprometimento das autoridades, profissionais e da sociedade como um todo. Muitas vezes, a falta de recursos e de capacitação de quem atua na rede de proteção compromete a implementação das medidas previstas no estatuto”, destaca a psicóloga.

Exemplos práticos mostram como o ECA pode fazer a diferença na vida de crianças e adolescentes. Programas de acolhimento, conselhos tutelares atuantes e escolas que respeitam e promovem os direitos estabelecidos pelo estatuto são essenciais para a construção de um ambiente seguro e favorável ao desenvolvimento dos jovens. No entanto, é fundamental que a aplicação do ECA seja universal e equitativa, garantindo que todas as crianças e adolescentes, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham seus direitos respeitados.

A professora também sugere algumas melhorias na aplicação do ECA. “É crucial investir na capacitação continuada dos profissionais que atuam no atendimento e acompanhamento de crianças e adolescentes, desde educadores até agentes de proteção. Além disso, a valorização das políticas públicas existentes pode fortalecer a rede de proteção e garantir uma resposta eficaz às violações de direitos. Não podemos deixar de destacar a necessidade da conscientização e da promoção do acesso à informação para todos, desde crianças até adultos”, aponta.

A celebração do Dia do Estatuto da Criança e do Adolescente é uma oportunidade para refletir sobre os avanços e desafios na garantia dos direitos. É um momento para reforçar o compromisso de toda a sociedade na proteção e promoção dos direitos das crianças e adolescentes, garantindo que eles possam crescer em um ambiente seguro, saudável e acolhedor. “O ECA é um marco na defesa e garantia dos direitos dos jovens, mas é responsabilidade de todos nós assegurar que ele seja efetivamente aplicado, promovendo uma sociedade mais justa e igualitária para nossas crianças e adolescentes”, conclui Francinne.

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