O profissional que opta pela carreira de medicina pode ter um salário médio de R$ 8,4 mil, taxa de desemprego de 3% e 93,5% de chances de ter um emprego formal. Por outro lado, quem decide pela formação religiosa pode ter que encarar um salário médio de R$ 2,1 mil e 10% de desemprego, além de 78,89% de chance de encontrar um emprego formal.
A conclusão faz parte do levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). O estudo, feito com base em dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, foi divulgado nesta quarta-feira (3).
O levantamento considerou 48 carreiras universitárias. Comparou-se a performance trabalhista de pessoas com alguns atributos iguais, como idade, gênero, estado e tamanho de cidade, mas que seguiram diferentes carreiras universitárias.
Entre as que registram os dez maiores salários, cinco estão ligadas ao curso de Engenharia.
As carreiras que pagam os maiores salários
Carreira Salário Médio Mensal (R$)
Medicina 8,4 mil
Setor militar e de defesa (Forçar armadas)7,6 mil
Serviços de transporte 6 mil
Engenharia química 5,8 mil
Engenharia civil 5,7 mil
Engenharia mecânica e metalúrgica 5,5 mil
Odontologia 5,3 mil
Engenharia (outros) 5,2 mil
Engenharia elétrica e automação 4,8 mil
Estatística 4,7 mil
Fonte: Microdados do Censo Demográfico 2010/IBGE
Quem, em idade ativa, tem mais chance de conseguir trabalho são justamente profissionais de medicina, com 97%, enquanto os que menos têm chance são os formados em filosofia, com 89%. Quem estudou teologia encontra 89,90% de chance de encontrar emprego.
As carreiras que pagam os menores salários
Carreira Salário mensal (R$)
Religião 2,1 mil
Filosofia e ética 2,3 mil
Educação e formação de professores 2,4 mil
História e arqueologia 2,6 mil
Letras, línguas e culturas 2,6 mil
Geologia e ciências da terra 2,7 mil
Educação física e esportes 2,7 mil
Outros serviços pessoais (beleza e domésticos) 2,7 mil
Matemática 2,8 mil
Biologia e ciência da vida 2,8 mil
Fonte: Microdados do Censo Demográfico 2010/IBGE
Paulo Meyer Nascimento, pesquisador do IPEA, aponta que a carreira de engenharia teve destaque ao longo da última década. "Houve uma grande demanda por esses profissionais, o que levou a um aumento na formação de engenharia a partir de 2005 até chegar a um boom em 2009".
O pesquisador ressalta que a contratação de engenheiros depende do desempenho da economia, o que deve ser pesado na hora da escolha da carreira. "Se ela não vai bem, o setor não fica tão aquecido".
Qualidade de vida e formalização
Os engenheiros mecânicos são os que têm jornada mais longa – com 42,9 horas semanais –, enquanto os formados em física trabalham menos, 34,6 horas semanais.
O grau de formalização também pode ser considerado. Neste quesito, a campeã em proteção trabalhista é a militar, por ser uma carreira pública. Tem 97% de cobertura previdenciária.
Enquanto isso, os menos protegidos são os que trabalham com serviços pessoais, como estética, que têm 72% de cobertura, devido ao viés empreendedor da atividade, na visão do Ipea.
Fonte: IG