Brasil

Médico voluntário nas enchentes do RS, tem infarto e está em estado grave na UTI

Walter viajou com um grupo de médicos devido ao aumento da demanda por profissionais da saúde provocado pelas inundações no estado gaúcho. Borges é morador de Vila Velha, na Grande Vitória.

Foto: Reprodução/Redes Sociais | Médico anestesista Walter José Roberte Borges

O médico anestesista Walter José Roberte Borges, de 50 anos, que é natural de Linhares, no Norte do Espírito Santo, sofreu um infarto na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, no início desta semana, enquanto estava na cidade para ajudar vítimas das enchentes. Segundo a família, exames indicam que ele está em estado vegetativo.

Walter viajou com um grupo de médicos devido ao aumento da demanda por profissionais da saúde provocado pelas inundações no estado gaúcho. Borges é morador de Vila Velha, na Grande Vitória.

Na última segunda-feira (20), Walter saiu no meio de uma cirurgia no Hospital Universitário de Pelotas, mas não retornou. Segundo o cunhado do médico, Herik Assis, ao procurá-lo, profissionais o encontraram já desacordado, dentro de um banheiro. Apesar de fumar, ele não tinha histórico de problemas de saúde.

“Ele passou mais de 8 minutos sem oxigenação. Agora foram diagnosticadas algumas lesões cerebrais que indicam estado vegetativo. Ele é rodeado de médicos na família, e eles se juntaram para pedir uma ressonância, até para a família entender o que pode ser feito para melhorar a qualidade de vida nele”, afirmou Assis.

Família tenta levar médico para o ES

Desde que sofreu o infarto, no dia 20, Borges está internado na Unidade de Terapia Intensiva em um hospital de Pelotas. A família tenta levá-lo para o Espírito Santo, para ser tratado perto da família. “Ele foi para lá entregar o trabalho dele, e agora a gente só quer trazer ele de volta”, contou o cunhado.

Segundo Assis, a equipe médica gaúcha entendeu que mudá-lo de hospital não traria melhora no quadro de saúde e, portanto, não haveria necessidade de transferência. A família, no entanto, tenta conseguir o translado do anestesista, para que possa continuar a ser cuidado pelos familiares.

“Ele é nascido e criado aqui. A família dele é do Espírito Santo, e ele está lá. Como família, a gente acha pode fazer alguma coisa. Mas, por ser um paciente do SUS, não conseguimos nem a condição de fazer um deslocamento privado”, relata o familiar.

A família buscou orientação junto à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), aqui no Espírito Santo. A pasta já teria manifestado que pode intervir para fazer o translado, mas o hospital gaúcho tem que autorizar.

Médico do ES morreu ao ajudar vítimas da chuva

Foto: Reprodução Redes Sociais | Médico Leandro Medice

No dia 13 de maio, o médico cardiologista Leandro Medice, de 41 anos, foi encontrado morto em um abrigo de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Uma das suspeitas é a de que ele tenha sofrido um mal súbito. Medice morava em Vila Velha, na Grande Vitória, e estava no Sul do país como voluntário para ajudar as vítimas da chuva.

O marido de Leandro Medice, o acupunturista João Paulo Martins, disse ao g1 que o companheiro não tinha histórico de doenças.

Segundo o marido, Leandro Medice trabalhou a semana inteira com cirurgias na empresa de estética capilar que tinham juntos, na Praia da Costa, em Vila Velha. Organizou a viagem ao Rio Grande do Sul com um grupo de amigos, também médicos. Ele passou o domingo antendendo às vítimas. Na manhã de segunda, não acordou e foi encontrado morto.

Antes de viajar para o estado que foi atingido pela tragédia da chuva, o profissional compartilhou vídeos falando sobre o desejo de ajudar as vítimas da tragédia e disse estar “ansioso”.

O dermatologista que embarcou com Leandro Medice para o Rio Grande do Sul para ajudar as vítimas das chuvas disse que tentou acordar o cardiologista pelo menos três vezes até perceber que o amigo tinha morrido.

Foi o próprio dermatologista quem chamou o amigo Leandro para embarcar na missão humanitária até o Rio Grande do Sul e trabalhou ao lado dele durante todo o dia na cidade de São Leopoldo.

“Ele já estava cansado, mas normal, conversando. Ele foi dormir do meu lado. Pela manhã, fui acordá-lo cedo, mas tive dificuldade no primeiro momento, mas só achei que ele estivesse cansado. Nós fizemos atendimento direto e durante o dia a gente trabalhou feliz”.

O médico foi enterrado no dia 15 de maio. Médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestaram uma homenagem ao médico com ambulâncias. Leandro trabalhou como médico intensivista e também se dedicou ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Fonte: G1

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