As mudanças no perfil do consumidor e a sua adesão aos modelos de proximidade estão obrigando o setor varejista a rever o clássico modelo de negócios. Consolidada desde a pandemia, a experiência de compra autônoma ganha força ao mesmo tempo em que as grandes empresas enfrentam desafios com o modelo tradicional.
Os últimos dados disponíveis do setor, divulgados em março de 2023, mostram que pelo menos 144 lojas de varejo foram fechadas no período de um ano no país. Um dos principais motivos é a Selic (taxa básica de juros) em alta.
Os desafios enfrentados por grandes marcas como Lojas Americanas, Marisa, Tok & Stok, Riachuelo, Renner e Livraria Cultura, por exemplo, abrem um debate sobre uma nova realidade de consumo, com clientes cada vez mais exigentes e adaptados às novas tecnologias.
Diante deste cenário, explica Evandro Maximiano, CEO da BuyBye/Zaitt, grandes players (marcas) começam a olhar para a experiência de compra autônoma como uma alternativa viável e segura para a expansão do seu modelo de negócios. Esse é um modelo que mitiga riscos pela necessidade de menor investimento quando comparado aos grandes formatos tradicionais, podendo ser instalado em espaços reduzidos e em regiões descentralizadas onde o custo de ocupação é menor, além de possuir menor custo operacional e aproximar as marcas dos seus clientes.
“Com lojas autônomas, as marcas são capazes de expandir com mais velocidade e ocupar um espaço antes que o seu concorrente faça, além de conhecer a demanda e comportamento de consumo de um determinado local em tempo real. O retorno de investimento sobre o metro quadrado é maior do que o tradicional”, pontua o CEO da BuyBye – um mercado autônomo presente em condomínios, empresas e espaços inteligentes. Através da sua experiência, a startup passou a fornecer também tecnologia e transferência de Know-How para empresas que desejam criar novos modelos de negócio autônomos
Em julho deste ano, a Havaianas inaugurou, em São Paulo, a sua primeira loja com atendimento 100% autônomo. Segundo Maximiano, além de oferecer baixo risco, por conta do investimento financeiro menor, o formato autônomo possibilita a chance de o empresário conhecer melhor o perfil de consumo do cliente naquela região, aprendendo na prática e definindo novas estratégias antes de decidir pelo modelo de expansão.“O estudo contínuo do comportamento do consumidor e a disposição de se adaptar a esse comportamento são fundamentais para se manter relevante, prosperar e garantir o sucesso a longo prazo”, salienta o CEO da BuyBye/Zaitt.
Baixo custo operacional e rapidez
O baixo custo operacional de lojas autônomas é um atrativo para empreendedores que investem no segmento pela rentabilidade dos pontos de venda. O lucro líquido de uma loja bem administrada chega a representar de 15% a 20% sobre o faturamento. No caso de um supermercado, este percentual geralmente varia entre 3% e 4%. Com menos atendentes, é possível reduzir os custos com salários e treinamentos, por exemplo.
O modelo de construção de uma loja autônoma leva cerca de 60 dias até ser concluído (após o ponto identificado), desde a elaboração do planejamento até a execução do projeto. A extensão do modelo leva ainda menos tempo – cerca de 30 dias, se planejada e organizada.
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