À véspera do julgamento de Lindemberg Alves, acusado de matar Eloá Pimentel em 2008, a mãe da garota, Ana Cristina Pimentel, tem uma certeza: "Ele não tem coragem de olhar para mim". Em entrevista, a mãe diz sempre ter olhado diretamente nos olhos do acusado pelo crime, mesmo em audiências anteriores, mas que o jovem evita encará-la.
O júri está marcado para iniciar às 9h desta segunda-feira (13), no Fórum de Santo André, no ABC paulista. Ana Cristina diz, por e-mail, que se recorda da época em que o rapaz, ex-namorado de Eloá, era próximo da família, antes de manter a garota em cativeiro por quatro dias com mais três jovens – a estudante Nayara Rodrigues da Silva, de 18 anos, e dois colegas de escola. "Todos nós gostávamos muito dele e não esperávamos que ele fosse tão covarde assim", afirma a mãe.
A expectativa de Ana Cristina é que Lindemberg seja condenado e receba a pena máxima pelos crimes cometidos. "Gostaria que ele ficasse o resto da vida preso, pois o que ele fez com a minha filha é imperdoável." O réu vai ser julgado por 12 crimes, incluindo homicídio duplamente qualificado contra Eloá (sem possibilidade de defesa e com requintes de crueldade), duas tentativas de homicídio (contra Nayara e um policial militar), cárcere privado e disparo de arma de fogo. Os crimes foram cometidos no dia 13 de outubro de 2008.
A mãe ressalta ter dificuldade para aceitar que a filha tenha morrido."Eu e o pai dela tínhamos esperança que ele [Lindemberg] fosse deixar Eloá sair do apartamento com vida. Até hoje não acredito que ele tenha feito essa barbaridade", lamenta.
A mãe também se diz reconfortada pelo fato de pessoas terem recebido os órgãos da filha. Segundo ela, eles foram doados "para que outras pessoas tivessem vida".
Ana Cristina está sedada e muito abalada com o caso, segundo o advogado José Beraldo, que intermediou o pedido de entrevista. As informações são do Correio.