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Juíza que bloqueou pagamentos da Telexfree é ameaçada de morte

"Foram ameaças diretas, de morte e sequestro, por e-mail, telefone, Facebook", disse Curti, que faz parte do Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Acorda Cidade

A juíza Thaís Khalil, que determinou a suspensão dos pagamentos da Telexfree, está sofrendo ameaças de morte, segundo o promotor Rodrigo Curti, do Ministério Público do Acre (MP-AC), informou ao iG. Anônimos fizeram ameaça ainda aos filhos e ao marido da juíza.
 
"Foram ameaças diretas, de morte e sequestro, por e-mail, telefone, Facebook", disse Curti, que faz parte do Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Nós já estamos tomando todas as providências cabíveis para rastrear o autor, ou os autores, para que possam ser responsabilizados. A Justiça não vai se calar diante desses fatos", garante.
 
Um inquérito policial foi aberto na sexta-feira (28) para apurar as ameaças. Segundo Curti, as intimidações acontecem desde o começo da semana e se intensificaram no final da semana. A juíza bloqueou a empresa no dia 18.
 
"Eram ameaças do tipo 'sua esposa vai morrer' e 'morte é o de menos que vai acontecer com vocês'", diz Pascal Khalil, marido de Thaís. "E o que me deixou mais preocupado é que alguns dos amigos da pessoa que fez a ameaça pelo Facebook também são amigos meus (na rede)". Essa é a a primeira vez que ele recebe ameaças de morte.
 
A Associação dos Magistrados do Acre (ASMAC) emitiu nota de repúdio às ameaças. 
 
Pagamentos suspensos
O Ministério Público do Estado do Acre (MP/AC) ingressou com uma medida cautelar preparatória de ação civil pública e pediu a suspensão de novos cadastros e pagamentos do Telexfree. De acordo com a promotora Nicole Colombo, responsável pela medida contra a empresa Ympactus Comercial ltda, alegando que esta não é um negócio de "marketing multinível", mas um golpe conhecido como pirâmide financeira.
 
Segundo ela, o sistema é insustentável e é ilegal por causar prejuízos a muitas pessoas. "O foco da Telexfree é o recrutamento de pessoas. Como é uma atividade que não tem sustentabilidade, na hora que não tiver mais gente para entrar, a cadeia quebra e as pessoas vão ficar no prejuízo”, explica. O Ministério Público do Acre foi o primeiro a ajuizar ação contra a empresa no país e, em até 30 dias, deve ingressar com uma ação civil pública.
 
A 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco deferiu o pedido e determinou que sejam vedados os novos cadastros e o pagamento dos divulgadores já inscritos, sob pena de multa diária de R$ 500 mil. Também haverá multa de R$ 100 mil para cada novo cadastramento ou recadastramento. 
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