A prefeitura de Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul, decretou estado de calamidade na manhã desta sexta-feira (24). Rachaduras vem aparecendo nas ruas de cidade e um prédio desabou no bairro Três Pinheiros, na quinta (23). De acordo com o prefeito de Gramado, Nestor Tissot (PP), 546 pessoas estão fora de casa na cidade – principalmente no bairro Três Pinheiros, onde cerca de 120 famílias precisaram sair de suas residências.
“(Quantidade de) água nunca vista, principalmente no bairro Três Pinheiros. A água foi o fenômeno que ocasionou todos esses deslizamentos. Muita quantidade de chuva durante o ano acumulada no solo. Chegou um momento em que ela disse ‘vou ter que sair, estão me prendendo aqui o ano inteiro’ e começou a sair. Junto com ela está vindo o desabamento, as rachaduras”, explicou o prefeito em entrevista coletiva na manhã desta sexta.
Todos os moradores do prédio que desabou já haviam sido desalojados no domingo (19) e, de acordo com a prefeitura do município, não houve registro de feridos. O Residencial Condado Ana Carolina fica na encosta do Vale do Quilombo, uma área verde com picos de até 850 metros, a cerca de 10 minutos do centro da cidade. Apresentava uma área total construída de 3363.64 m² em cinco pavimentos.
O prédio era cercado por hotéis de luxo e tinha apartamentos que valem mais de R$ 1 milhão. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o local segue interditado e isolado, pois a instabilidade no solo permanece.
Rachaduras no solo
Desde quarta-feira, dezenas de moradores de Gramado tiveram que deixar suas residências após o surgimento de rachaduras no solo em diversos bairros do município. As chuvas atingem o estado desde o fim de semana.
O Ministério Público do Rio Grande (MPRS) informou que deve solicitar à Justiça uma audiência sobre as rachaduras registradas nos últimos dias em Gramado. Segundo o promotor de justiça Max Guazelli, o principal objetivo a ser debatido é a ampliação do mapeamento sobre as áreas de risco do município.
Um levantamento inicial foi feito ainda na década passada e a região onde atualmente ocorreram as fissuras não foi incluída neste primeiro trabalho.
O Serviço Geológico do Brasil avaliou a situação nos bairros Três Pinheiros e Planalto, além de locais como Perimetral e Ladeira das Azaleias, onde há rachaduras no solo e risco de queda de barreiras, de acordo com a prefeitura.Um relatório será elaborado para direcionar a tomada de decisão do município.
A prefeitura de Gramado ressalta que “a instabilidade do solo segue, e o episódio do colapso é apenas uma das situações de risco”. Portanto, o local onde estava o prédio e o bairro Três Pinheiros seguem isolados.
Fonte: G1
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