Brasil

Estudantes são socorridos durante crise coletiva de ansiedade em escola estadual no Recife

Caso ocorreu na sexta (8), na Erem Ageu Magalhães, Zona Norte. Samu atendeu 26 alunos.

Acorda Cidade

Estudantes de uma escola estadual na Zona Norte do Recife foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), durante uma crise coletiva de ansiedade, na sexta-feira (8).

O caso ocorreu na Escola Estadual de Referência em Ensino Médio (Erem) Ageu Magalhães, no bairro de Casa Amarela. Os alunos relataram sintomas como falta de ar, tremor e crises de choro. O pai de uma aluna disse que o cenário era "de filme de terror".

As imagens de um vídeo que circula nas redes sociais mostram ambulâncias estacionadas e vários alunos no chão, alguns deitados e outros sentados, sendo amparados por profissionais do Samu e por outros colegas. No momento em que o vídeo foi gravado, os estudantes que não passaram mal estavam sendo retirados do colégio.

As aulas foram suspensas naquele dia e os alunos, liberados. A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco informou que as aulas devem ocorrer normalmente nesta segunda (11)

A secretaria estadual também declarou que a escola realiza um trabalho voltado à educação emocional dos alunos, incluindo orientações dos jovens e dos responsáveis deles sobre esse tema.

Por meio de nota, o Samu informou que foi preciso acionar 16 profissionais em seis ambulâncias e duas motocicletas para o atendimento. "Os jovens apresentaram sudorese, saturação baixa e taquicardia, foram atendidos no local e não precisaram de remoção para unidades de saúde", disse o serviço.

A crise de ansiedade desencadeou uma reação em cadeia que atingiu várias turmas da escola. Em poucos minutos, alunos de outras salas de aula começaram a gritar, e seus gritos podiam ser ouvidos pelos corredores, segundo estudantes que presenciaram o ocorrido.

De acordo com o psicoterapeuta cognitivo-comportamental Igor Lemos, ouvido pelo g1 no sábado (9), alguns fenômenos psicológicos podem ser desencadeados de forma coletiva. O profissional explicou que existe o chamado "adoecimento partilhado", que age como "efeito dominó".

A mãe de uma aluna do 1º ano do ensino médio da escola, que foi atendida pelo Samu depois de passar mal, contou ao g1 que a filha, de 15 anos, não se sente segura em voltar às aulas nesta segunda (11). "Ela está com medo de ir à escola", afirmou.

Segundo a mulher, que preferiu não se identificar, a jovem faz uso de medicação para controlar a ansiedade. A mãe disse que, quando chegou na escola, a filha estava ao lado da ambulância, deitada na grama.

O pai de uma aluna, também do 1º ano, relatou que "o cenário era de filme de terror". Ele contou que a filha presenciou correria e tumulto e avisou que estava voltando para casa após ser liberada pelo colégio.

Pais e mães preocupados

Uma comerciante disse que ficou assustada quando o filho de 15 anos contou o que aconteceu na escola. Segundo ela, o garoto não sentiu nada e foi liberado para ir para casa.

No início, ela achou que poderia ter sido algo relacionado à alimentação, devido a um caso ocorrido em março, quando 60 alunos de uma escola técnica estadual passaram mal após comerem a merenda, mas descartou essa possibilidade após o filho relatar o ocorrido.

Uma outra mãe disse que a crise coletiva de ansiedade teria começado depois que uma aluna perdeu os sentidos e os outros estudantes pensarem que se tratava de algo mais grave. Essa mulher também afirmou que soube que um aluno teria levado arma para a escola, mas não soube dizer quando ocorreu o fato.

O g1 entrou em contato a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco para questionar sobre as denúncias de um aluno armado dentro da escola e sobre a agressão entre os estudantes, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.

 

Fonte: G1

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