Estudante é obrigado a beber álcool combustivel durante trote

Durante oito horas, um estudante de veterinária da Unicastelo sofreu agressões físicas e psicológicas durante um trote praticado por alunos veteranos da universidade, em Fernandópolis, cidade localizada a 533 quilômetros de São Paulo.

Mais do que isso: o aluno, que prefere não ser identificado, teve de beber álcool combustível. Segundo o estudante, as agressões começaram dentro do campus da universidade.

De acordo com o jovem, de 18 anos, alunos "rasgaram a minha calça e deram tapas na minha cara" dentro do prédio da universidade. Em depoimento, ele contou que estava em sua primeira aula do curso de veterinária quando vários veteranos entraram na sala e o tiraram à força do local.

Do lado de fora, em uma das principais avenidas da cidade, a avenida dos Expedicionários Brasileiros, ocorreram mais agressões, além de o aluno ter sido obrigado a beber álcool combustível. Ainda segundo o estudante, os agressores disseram que ele tinha sido "rebelde".

O rapaz foi levado pela família ao hospital com dificuldades para falar e andar. Um boletim de ocorrência foi registrado. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o jovem compareceu à delegacia na noite de segunda-feira, para prestar depoimento, com a roupa rasgada, sem camisa, o rosto todo pintado e aparentemente embriagado.

O reitor da Unicastelo, Gilberto Luiz Moraes Selber, afirmou que a universidade já está apurando as denúncias. "A universidade é absolutamente contrária ao que aconteceu. Instauramos uma comissão de sindicância que terá 15 dias para apresentar um relatório. Vamos analisar tudo desde o começo. Serão ouvidos os alunos, o denunciante, a família, os vigilantes do campus".

O reitor lamentou o ocorrido e disse que a Unicastelo investe em programas para que problemas como esse não aconteça. "Já tivemos alguns problemas com relação a trote, mas nunca dessa maneira. O caso está tomando uma repercussão nacional. Durante o ano temos trabalhado com os alunos para que recebam os calouros de forma acolhedora.

A universidade, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que, assim que os agressores forem identificados, serão expulsos. "A universidade não tem responsabilidade jurídica pelo o que aconteceu, pois o trote foi fora do prédio, mas é uma questão moral. Eles feriram as normas da universidade".

Informações do IG

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