Acorda Cidade
O talude norte da cava da Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, pode se romper entre este domingo (19) e o dia 25 de maio, de acordo com a Mineradora Vale.
O tremor gerado pelo colapso da estrutura poderia causar uma reação em cadeia provocando o rompimento da Barragem Superior Sul que está 1,5 km abaixo e em nível máximo de alerta.
Segundo a Defesa Civil Estadual, não é possível mensurar o tamanho da estrutura que pode ruir, mas o colapso pode gerar um abalo. Ainda de acordo com o órgão, um abalo pode provocar um gatilho para liquefação e com isso a Barragem Sul Superior se romper. Em nota, a Vale disse que continua monitorando o talude norte 24 horas por dia.
Em fevereiro, 443 moradores da chamada zona de autosalvamento, a primeira a ser atingida por uma possível onda de rejeitos, já foram retirados de suas casas em fevereiro, quando o nível de segurança da barragem foi elevado para 2. Em março, o nível chegou para três.
Outras cerca de seis mil pessoas estão dentro da zona secundária de salvamento (ZSS), a quase 16 quilômetros do complexo de Gongo Soco. Neste perímetro, a onda de rejeitos pode chegar em cerca de uma hora e 12 minutos. Um simulado de emergência foi feito neste sábado por causa de um possível rompimento da barragem.
O Ministério Público de Minas Gerais expediu, na quinta-feira (16), uma recomendação à Vale para que a mineradora mantenha a população de Barão de Cocais informada sobre os riscos, danos e impactos de um possível rompimento.
A Justiça de Minas Gerais pode multar a Vale em R$ 300 milhões por descumprir determinação de apresentar estudo completo com impactos e danos de um possível rompimento da Barragem Sul Superior. A decisão obriga a mineradora a apresentar o chamado “dam break” em até 72 horas.
Em nota, a Vale disse que apresentou relatório mais atualizado de dam break da Barragem Sul Superior no prazo determinado pela justiça. A mineradora disse que explicou, naquela oportunidade, a adequação dos critérios técnicos. A empresa alegou ainda não ter sido intimada de qualquer decisão quanto a eventual descumprimento da decisão liminar.
Fonte: G1