Empresas aéreas nacionais estão obrigando passageiros que fazem conexões entre voos a se responsabilizar pelo traslado entre aeroportos. No mês de maio, o R7 teve acesso a pelo menos três denúncias desse tipo de prática que, segundo especialistas, embora não seja ilegal precisa ser claramente explicada aos passageiros para não caracterizar delito de consumo.
A reportagem encontrou registros parecidos na internet. No site Reclame aqui, que recebe milhares reclamações de clientes de vários serviços, é possível encontrar uma série de reclamações sobre a falta de informações sobre as conexões. Em dois casos, passageiros da TAM que fizeram conexões entre Guarulhos e Congonhas relatam que, na compra da passagem, foram informados que um ônibus gratuito os levaria de um aeroporto para o outro. Porém, ao chegarem no aeroporto, eles foram informados de que o transporte não era realizado no horário em que desembarcaram. Um dos passageiros conta que chegou a gastar R$ 116 no traslado de táxi.
De acordo com Paulo Scarteezini Guimaraes, juiz da 4ª Vara Civil de Pinheiros, os passageiros precisam sempre ficar atentos às siglas dos voos por que é nessas horas que pode haver uma ilegalidade da empresa. De acordo com ele, as conexões são normais, mas a companhia aérea não pode deixar de ser clara na passagem.
Questionada sobre o problema, a TAM afirmou que o site da companhia indica "a necessidade de conferir todos os dados do bilhete, oferecendo a opção de cancelamento antes da efetivação da compra em caso de erro ou de os voos selecionados não atenderem às necessidades do cliente".
A empresa disse ainda que, caso o passageiro confirme a compra e deseje realizar alguma alteração ou cancelamento, a solução disponível é o pedido de reembolso ou remarcação das passagens, "mediante o pagamento das devidas taxas administrativas".