Apenas 34,6% dos jovens de 15 a 17 anos vão ao ensino médio

Mais da metade dos jovens com idade de 15 a 17 anos não está cursando o ensino médio, segundo dados da pesquisa Juventude e Políticas Sociais no Brasil, lançado nesta terça-feira (19) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Outro dado relevante é que somente 13% dos jovens de 18 a 24 anos cursavam algum ensino superior em 2007, ano em que os dados foram levantados. De acordo com o estudo, houve avanços na educação. Em 2007, 82% dos jovens de 15 a 17 anos frequentavam a escola – o problema é o atraso para a conclusão dos estudos. Destes, apenas 48% estavam no ensino médio, nível indicado para a idade.

O estudo mostra também o desnível e polarização comparando regionalmente e socialmente os dados. Em 2007, cerca de 59% dos jovens de 15 a 17 anos do Sudeste frequentava o ensino médio, enquanto no Nordeste este número não ultrapassava os 35%. A região Nordeste, por sinal, apresenta o pior resultado, atrás do Norte (36,2%), Sul (54,9%), Centro-Oeste (49,5%) e o citado Sudeste.

Apesar da situação estar longe do ideal, já mostra uma melhora com relação à última pesquisa, feita em 1996, quando apenas 12,8% dos jovens nessa faixa etária estavam na classe escolar adequada para a idade. De acordo com o Ipea, em termos relativos houve uma diminuição nesta diferença entre as regiões. Variáveis de raça e cor também interferem no resultado. Em 2007, a taxa de frequência entre os brancos era de quase 59%, contra cerca de 38% entre os negros (pretos e pardos). Também neste caso, segundo o órgão, a diferença vem caindo comparando com os números de 1996.

Urbano x Rural

Em 2007, 57% dos brasileiros de 15 a 17 anos que residiam em áreas metropolitanas frequentavam o ensino médio, contra pouco menos de 31% no meio rural.

Ensino Superior

No caso do ensino superior, a taxa de frequência líquida cresceu 123% entre 1996 e 2007. Apesar disso, o percentual de jovens dos 18 aos 24 anos que cursam uma faculdade ainda é muito baixo – apenas 13%, muito distante da meta de 30% que o Plano Nacional de Educação (PNE) estipula para 2011.

A renda influi diretamente nos números: a frequência é maior entre os que têm renda mensal per capita de cinco ou mais salários mínimos (55%), porcentagem dez vez maior do que é registrado entre a população que ganha até meio salário mínimo (5%).

O estudo do Ipea também aponta que o Brasil ainda tem 1,5 milhão de jovens analfabetos (15 a 29 anos). De acordo com os pesqusiadores, a manutenção do número de analfabetos no país em patamar elevado está relacionada à baixa efetividade do ensino fundamental, o que é comprovado por uma pesquisa do IBGE que mostrava que 44,8% dos analfabetos com 15 anos ou mais já haviam frequentado a escola.

Informações do Correio

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