Trabalho

Apenas 28% dos trabalhadores brasileiros estão motivados, aponta estudo

Valorizar o funcionário para que ele possa ser comprometido com a empresa, aumentando sua produtividade, é o ideal pensado por muitos gestores, mas realizado por poucos no Brasil.

Acorda Cidade

 

Valorizar o funcionário para que ele possa ser comprometido com a empresa, aumentando sua produtividade, é o ideal pensado por muitos gestores, mas realizado por poucos no Brasil.
 
Dados divulgados no início deste mês apontam para essa direção. Conforme a pesquisa Estudo Global sobre Força de Trabalho, desenvolvida pela empresa internacional Towers Watson em 28 países, apenas 28% dos trabalhadores brasileiros estão altamente engajados. Ou seja, estão dispostos a dar tudo de si para a empresa crescer.
 
Contra esse número, um mais significativo: 30% não estão nem para o local onde trabalham, 16% estão sem vínculo com os objetivos da corporação e 26% estão sem suporte para desenvolver suas atividades profissionais. O estudo foi realizado com 32 mil profissionais de empresas de grande e médio portes.
 
Diante da crise, o que fazer para reverter o problema? A solução, segundo a professora Ana Aparecida Martinelli, coordenadora do curso de pós-graduação em gestão de pessoas da Universidade Salvador, é investir no profissional.
 
“O ser humano é, por definição, um ser sempre insatisfeito. É justamente sua inquietação que o entusiasma a ir em busca de novos desafios. Por conta disso, uma forma de tentar reverter o quadro é manter sua equipe inteira. Criar condições para que seus funcionários queiram permanecer na empresa”, afirma a especialista.
 
Ana Aparecida, que também é psicóloga, ainda indica que os gestores passem a fazer a leitura dos termômetros de desmotivação, como o índice de absenteísmo e turnover (termo em inglês para a rotatividade de profissionais). Outra maneira, pontua ela, é “promover a educação e o treinamento de sua equipe, tornando-os seres cada vez mais satisfeitos. Promova o auto e o mútuo aprendizado”.
 
Sair da empresaProfissional da área de saúde 10 anos, o personagem, que chamaremos aqui de Pedro, encaixa-se no perfil da maioria dos profissionais descontentes com a empresa, apesar de gostar da área de atuação. Não querer revelar seu nome verdadeiro, por exemplo, reflete a tensão que vive no trabalho. “Tenho medo de represálias”, afirma.
 
Segundo ele, o ambiente não favorece nem um pouco uma melhora em sua carreira ou na sua qualidade de vida. Pelo contrário. “Trabalho aqui cerca de três anos e não vejo possibilidade de crescimento profissional. A única opção para crescer, a meu ver, é sair e ingressar em outra unidade hospitalar. Quem sabe assim vou me sentir feliz e motivado”, pontua ele.
 
A alternativa pensada por Pedro é igual a de, pelo menos, 50% dos colaboradores entrevistados pela Towers Watson. De acordo com o estudo, os profissionais reclamam, em geral, que estão trabalhando mais horas do que a carga contratada. Com isso, acabam sentindo-se mais estressados e preocupados com seu futuro financeiro.
 
Cinquenta e sete por cento dos trabalhadores também acreditam não ter acesso aos treinamentos necessários para serem produtivos em sua posição atual e 63% não percebem os programas de treinamento da empresa como efetivos.
 
A pesquisa foi norteada pelo conceito de engajamento sustentável, que é a soma de três fatores: engajamento (vontade de dar o melhor de si), suporte organizacional que proporcione produtividade e alto desempenho, e bem-estar físico, emocional e interpessoal. As informações são do A tarde.
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