Os corpos dos seis adolescentes de Luziânia (GO) localizados pela Polícia Civil de Goiás no fim de semana deverão ser velados em conjunto em um ginásio de esportes da cidade. A informação foi repassada nesta segunda-feira por Jonas Fernandes, tio de Flávio Augusto, 14 anos. O jovem estava desaparecido desde o dia 18 de janeiro.
"Nestes quase quatro meses de luta para encontrar os meninos, a cidade ajudou muito. Todos se mobilizaram, então é justo que a população daqui possa dizer adeus", disse Fernandes.
Os corpos dos seis jovens estão no Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia, onde deverão ser identificados e reconhecidos por parentes. O pedreiro Admar de Jesus, que confessou ter matado os adolescentes, também foi encaminhado para a capital goiana. Ele foi transferido por medida de segurança. O pedreiro já havia sido preso em Brasília, por violência sexual contra crianças e adolescentes, e foi solto dias antes do sumiço do primeiro garoto.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito vinha sendo monitorado há dez dias, porque o celular de uma das vítimas foi localizado com a irmã do pedreiro. Os seis jovens que desapareceram tinham idade entre 13 e 17 anos e moravam no mesmo bairro de Luziânia.
Jonas Fernandes disse que a família tomou conhecimento de que a polícia estava prestes a desvendar o caso por causa de uma notícia publicada em um jornal de Brasília, mas que os parentes só foram comunicados oficialmente na tarde de sábado. "Eu espero que esse assassino seja julgado e fique na cadeia o resto da vida", disse.
As famílias aguardam um chamado da Polícia Civil para irem a Goiânia a fim de identificar os corpos. O DNA coletado pela Polícia Federal deverá ser usado na identificação.
Senado
Impressionado pelo fato de o assassino dos seis jovens de Luziânia ter cometido os homicídios mesmo estando em liberdade condicionada a acompanhamento psiquiátrico, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) anunciou que estará na tarde desta segunda-feira em Goiânia, para melhor inteirar-se dos fatos. O senador Magno Malta (PE-ES) também informou que pretende ir à capital de Goiás.
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e relator da CPI da Pedofilia, Demóstenes Torres esteve em Luziânia no curso das investigações. Durante esse período, as mães dos jovens assassinados também foram recebidas pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).
Também o presidente da CPI da Pedofilia, senador Magno Malta, informou que pretende ouvir o acusado pelos assassinatos. Admar de Jesus atraía os jovens oferecendo pequenos trabalhos de pedreiro. Segundo a polícia, ele matou os jovens a pauladas e os enterrou em covas rasas.
Com informação da Agência Brasil e da Agência Senado.