O verão, uma das estações mais aguardadas pelos baianos, começou neste sábado (21), trazendo consigo não apenas o calor que é a cara do estado, mas também um aumento nas expectativas por festas, férias escolares e ensaios de pré-carnaval. Entretanto, também é um período em que as chuvas de verão e os impactos das mudanças climáticas geram preocupações.
Segundo Cláudia Valéria, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o verão no estado promete temperaturas acima da média e chuvas abaixo do esperado na maior parte da Bahia.
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Ao Acorda Cidade, ela explicou como o clima deve se comportar ao longo da estação. “O que nós temos é chuvas, de normal a abaixo da média, em grande parte dos municípios do estado, e as temperaturas ficam acima da média em todo o estado da Bahia. Essa é a previsão que nós temos, inclusive, pode ser observado lá no nosso portal inmet.gov.br”.
Na região de Feira de Santana, também não é diferente. A meteorologista destacou que temperaturas elevadas são características do período na cidade e circunvizinhanças.
“Nesse período do ano, nós temos temperaturas elevadas, em elevação, algo que é bastante recorrente, não só esse ano, mas é uma característica desse período do ano em toda a região de Feira de Santana”.
Em Feira, entre dezembro e janeiro, historicamente as temperaturas podem atingir até 39ºC. De acordo com a meteorologista, temperaturas como essas foram registradas nos anos de 2015 e 2016. Este ano, o máximo registrado na região ficou entre 35ºC e 36ºC.
“De fato, no decorrer de toda a estação, a gente ainda vai ter essas temperaturas mais elevadas, podendo chegar a esses valores que já foram registrados em outros momentos de até 39ºC na região”, disse.
Quanto às ondas de calor, Cláudia esclareceu que elas são raras no nordeste brasileiro. O fenômeno acontece quando as temperaturas ficam 5ºC ou mais acima da média climatológica da região por três dias ou mais. Fora isso, são consideradas apenas como temperaturas elevadas.
“As regiões onde costumamos ter ondas de calor são as regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. No nordeste, com pouquíssima frequência temos alguma onda de calor”.
Fortes Chuvas
Conforme a meteorologista explicou, esse período é naturalmente mais seco para grande parte do Nordeste, incluindo a Bahia e a região de Feira de Santana. Vale lembrar que a cidade passa por um período de estiagem reconhecido pelo Governo Federal.
“No entanto, devido a essas temperaturas mais elevadas, uma vez que ainda é período chuvoso das regiões Oeste, Sudoeste e Sul da Bahia, quando um sistema chega mais intenso ao nosso estado, acaba que essa umidade, ela se espalha por outras regiões e acaba promovendo algumas pancadas de chuvas”.
São essas pancadas que podem causar transtornos no verão, já que elas podem surgir acompanhadas de grandes volumes de água, rajadas de vento e descargas elétricas, com raios e trovões. “É o kit completo, como a gente costuma falar”.
Com relação às mudanças climáticas que estão sendo discutidas em todo o mundo, ela destacou o La Niña e o El Niño.
“Esse ano a gente está em uma condição de neutralidade, quando a gente fala das condições relacionadas aos fenômenos La Niña e El Niño. Nós temos uma condição de neutralidade com a expectativa de entrarmos em um La Niña. As nossas temperaturas não se elevam tanto quanto em anos de El Niño, no Nordeste brasileiro. No entanto, a gente tem uma característica de termos chuvas mais frequentes. Mas, para o verão, a gente não tem muitas influências, deveremos continuar mesmo com essa influência do período de neutralidade no nosso oceano Pacífico Equatorial”.
Ainda em entrevista ao Acorda Cidade, Cláudia Valéria reforçou o quanto as mudanças climáticas são uma realidade global, mas que já têm seus efeitos sentidos regionalmente.
“A gente sabe que é um fato, já que temos convivido com essa nova realidade, e que essas temperaturas tendem a ser mais elevadas, e os eventos de chuvas, mesmo que pontualmente, de uma forma mais intensa”, alertou.
Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade
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