A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) divulgou um balanço com ações e investimentos realizados em Feira de Santana e cidades do centro-leste do estado. A divulgação ocorreu durante um café da manhã com jornalistas nesta quarta-feira (7).
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O evento contou com a presença de profissionais da área de saúde. Os dados foram apresentados pela secretária de Saúde da Bahia, Roberta Santana. Em entrevista ao Acorda Cidade, a gestora destacou as ações do governo estadual na saúde de Feira de Santana.
“Nos nossos dados, o que a gente tem de número é um atendimento muito satisfatório. As solicitações na tela da regulação cresceram 13%, reflexo da falta da assistência da prevenção. E a gente ampliou em 20% o atendimento”, afirmou.
Pontos Positivos
A secretária informou que, no período de um ano, o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) realizou mais de mil neurocirurgias. Atividade que é considerada de alta complexidade. Ao todo, foram abertos 2.952 novos leitos em toda a Bahia, 162 deles em Feira de Santana. Outro ponto apresentado foi o restabelecimento de serviços que deveriam ser oferecidos pelo município.
“Nós restabelecemos, na Santa Casa, a cirurgia de cabeça e pescoço oncológica, que foi suspensa pelo município. A oncologia é gerida pelo município de Feira de Santana e ele conseguiu tirar o serviço de cabeça e pescoço. Nós fomos lá e contratamos com o estado. Qual a obrigação se o recurso vem para o município? O estado não teria, mas nós temos compromisso com a saúde da população. E nós restabelecemos”, declarou.
Pontos negativos
De acordo com dados divulgados pela secretária Roberta, no município de Feira de Santana, cerca de 18% da população não tem acesso a nenhum tipo de Unidade de Saúde Básica (UBS), também chamada de posto de saúde. Quando o assunto é saúde bucal, os números são ainda mais alarmantes, 80% dos feirenses não têm acesso a um dentista pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Roberta ressaltou a dificuldade de estabelecer um diálogo com a prefeitura de Feira de Santana. “Eu queria entender por que há uma resistência. Feira de Santana é o [município] que eu tenho maior dificuldade de acesso, de conversa e diálogo para a gente pensar a saúde do município. Lembrando que o que Feira de Santana está vivendo hoje na saúde, não é um reflexo pontual de agora. É uma construção de um projeto que está aí, que nada construiu”, afirmou ao Acorda Cidade.
A secretária complementou. “Ela [gestão municipal] tem um papel, mas não consegue atender na plenitude que se espera, isso traz reflexos importantes. Nós temos no âmbito de governança dos SUS fóruns de discussão com os municípios. A nossa porta está aberta o tempo todo. A gente quer sentar com os municípios de uma forma geral, esse é o pedido do governador Jerônimo”, disse.
Regulação
Em um período de 38 dias, o sistema de regulação do estado registrou uma média de 1.000 solicitações por dia. Número que, segundo a secretária, é uma evidência da fragilidade do sistema primário de atendimento.
“Não adianta abrir, como abrimos 2.952 leitos em todo o estado da Bahia, se a gente não trabalhar a eficiência dos postos de saúde. Que as resolutividades aconteçam na atenção primária. Se isso não acontecer, eu brinco muito que é como se fosse uma torneira aberta”, pontuou.
Quem reforça esse entendimento é o diretor médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), José Luiz Araújo. Em 2023, 54 mil pessoas foram atendidas na unidade. No primeiro semestre deste ano, pouco mais de 22 mil pessoas foram atendidas. Para José Luiz, grande parte destes atendimentos poderia ter sido resolvida nos postos de saúde.
“É um número expressivo, mas que de fato reflete uma carência no município. Então, assim, quando a gente vai esmiuçar esses números, a gente avalia que a grande maioria desses números são pacientes verdes, são pacientes que deveriam e poderiam estar procurando as unidades básicas de retenção” finalizou José.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo, sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves
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