Na manhã desta sexta-feira (30), o governador Rui Costa (PT) esteve no município de Jequié para inaugurar a ampliação do Hospital Geral Prado Valadares e aproveitou para falar sobre os 8 anos como governador da Bahia e sobre os planos almejados para o futuro.
Durante a ocasião, o primeiro ponto destacado por Rui Costa foi sobre a apuração de obras paralisadas pelo governo federal.
“No final de semana anterior, eu estava em Brasília e, sobre essas obras, a coisa é tão grave que ninguém sabe exatamente quantas obras temos paralisadas. Se você vai ao TCU você tem um tipo de relatório, se você vai aos Ministérios, os números são diferentes e quando você vai se aproximando do problema você observa que obras que estavam paralisadas há muito tempo foram simplesmente apagadas do cadastro, como se não existisse mais nada ali. A obra está lá com 50%, 70% de andamento e eles simplesmente deletaram e não constam essas obras em lugar nenhum. Ou seja, é como se a obra já não fizesse parte do arquivo ou do problema do governo federal, e o problema continua sendo do governo federal. Então, ou você encontra recursos legais suficientes para disponibilizar essa obra ou o que tá feito será perdido. Se a obra está 70% feita, se você não concluir, ela vai apodrecer e vai queimar, jogar no lixo, 70% do dinheiro do povo brasileiro. Então nós temos que concluir essas obras: a escola, creche, posto de saúde, Upa, Hospital precisam ser concluídos para atender a população”, informou.
Obras retomadas
Segundo o governador, no primeiro momento, as obras que receberão prioridade são aquelas nas quais exigem menos trabalho para serem finalizadas.
“Conversei com o novo presidente, e ele determinou que isso seja prioridade, e nós vamos atuar imediatamente iniciando nossa atenção por aquelas que estão mais avançadas, como as que faltam menos trabalho para concluir. Então a obra que está com 90%, 80%, 70% essas terão atenção no primeiro momento e progressivamente daremos atenção a todas as obras”, explicou.
Rui Costa relatou os principais problemas vivenciados nos seus dois mandatos como governador do estado.
“Fizemos muito, apesar de todos os problemas. No primeiro momento tivemos o golpe e a cassação da Dilma, no meu primeiro mandato. O segundo grande problema foi a eleição do presidente que amanhã se despede do Brasil, e que deteriorou todas as relações sociais e econômicas. E a terceira catástrofe foi a pandemia, que consumiu dois anos e meio de recursos, de tempo e nos impediu de fazer ainda mais, em função da necessidade de deslocar recursos para atendimentos na saúde”, disse.
O governador destacou que no seu governo as obras que precisavam de concessão federal não foram realizadas, mas com o novo presidente poderão ser retomadas.
“Aqui na região de Jequié nós tínhamos planejado um complexo logístico junto à BR-116, com uma ferrovia que passa por aqui, mas por ser uma concessão federal, não conseguimos diálogo com o governo federal para fazer. Agora nós poderemos fazer, assim como outras obras, por exemplo, em Feira de Santana e Salvador. Nós tínhamos projetado colocar um trem de alta velocidade para atender Feira e Salvador, eventualmente, se o governo federal fosse deslocar a ferrovia que hoje passa por Santo Amaro, mas também não conseguimos. A duplicação do Anel de Feira de Santana está lá esperando, virou um colapso aquilo, e isso tudo nós não fizemos e estava no nosso planejamento. E agora temos a condição de fazer e vamos conseguir se Deus quiser”, afirmou Rui.
Investimentos nas cidades baianas
Rui Costa ressaltou que deixará o governo da Bahia com um vasto volume de investimentos.
“Eu deixo o governo com muito orgulho, com sentimento de dever cumprido. Ao longo de 8 anos deixamos a Bahia como o 2º estado do Brasil em volume de investimento, ficando atrás só do estado de São Paulo, mesmo a Bahia sendo a 16ª arrecadação per capta do Brasil. Mas nós entendíamos e entendemos que só com investimento na saúde, na logística, em estradas, portos e aeroportos, nós vamos emancipar economicamente e socialmente o nosso povo. Nós fizemos essa opção, por isso estamos colhendo e vamos colher os frutos disso no futuro breve, a exemplo da opção nossa pela geração de energia eólica e solar e que hoje geram milhares de empregos no interior da Bahia e mudam a fotografia socioeconômica de muitas cidades do interior”, contou.
Rui Costa pontuou que o investimento na cidade de Jequié foi de R$600 milhões.
“Foi o que nós aplicamos aqui em Jequié ao longo desse período. E com a absoluta convicção é o maior investimento que qualquer governador já colocou nesta cidade. Mas isso eu também posso repetir em centenas de cidades da Bahia, porque só neste ano nós fizemos R$9 bilhões de investimento, e em nenhuma outra época se fez metade disso em apenas um ano, então nós tivemos um ritmo muito forte e graças a Deus estamos colhendo e Jerônimo colherá os frutos disso e plantará outras sementes no futuro”, desejou.
Manifestações contra o governo eleito
Rui Costa se despede do governo estadual baiano, assumindo o cargo de Ministro da Casa Civil em 2023.
“Aqui um novo momento se inaugurará a partir de domingo, que é o império da lei, da Constituição e da democracia. Para muitos a receita é a lei, é uma ação rígida, firme e dentro da lei. Para outros talvez um bom tratamento psiquiátrico ou psicológico seja recomendável, as imagens que estou vendo pelas redes sociais e pela impensa são imagens que assustam, como pessoas ajoelhadas de cabeça baixa ao redor de um canhão decorativo, como se estivessem fazendo uma devoção a Deus. Então essas pessoas na minha opinião estão precisando de algum apoio psicológico ou psiquiátrico, porque nada justifica uma adoração a um bezerro de aço que é um canhão, a expressão de arma que serve para se defender quando se é agredido, mas também que serve para matar pessoas”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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