Depois de mais de uma década, a Justiça condenou os responsáveis pela explosão de uma fábrica clandestina de fogos na Bahia. Parentes e amigos das vítimas viajaram mais de 200 quilômetros para acompanhar o julgamento. A tragédia foi no dia 11 de dezembro de 98 na cidade de Santo Antonio de Jesus, situada no Recôncavo da Bahia. A maioria das pessoas que trabalhavam na fábrica que explodiu, moravam num dos bairros mais pobres da cidade.
Os responsáveis pela fábrica chegaram a ser inocentados num processo trabalhista, que correu na comarca de Santo Antonio de Jesus, e essa ameaça de impunidade levou o Brasil à condição de réu na Comissão de Direitos Humanos da OEA – a Organização dos Estados Americanos. Por isso, o julgamento foi transferido para Salvador.
A defesa dos réus tentou convencer os jurados de que teria sido uma fatalidade, mas, para a acusação, os responsáveis pela fábrica sabiam dos riscos e nada fizeram para evitar. Osvaldo Prazeres, principal acusado, de 72 anos, passou mal durante o depoimento e precisou de socorro médico. Depois de 13 horas, a sentença. Dos oito acusados, três ex-empregados da fábrica foram absolvidos. O dono e quatro filhos foram condenados a penas que variam de nove a dez anos e meio de prisão em regime fechado.
Os parentes das 64 vítimas, que esperaram quase 12 anos pelo julgamento, comemoram. A defesa recorreu da sentença. Os réus aguardarão em liberdade o julgamento do recurso, que, segundo a promotoria, pode levar até um ano. (As informações são do G1)