Bahia

Primeiro milagre de irmã Dulce salvou a vida de uma sergipana

Após o parto normal, ela apresentou hemorragia incontrolável, que a levou à UTI. Os médicos realizaram todos os procedimentos possíveis, mas já havia poucas esperanças de salvar a vida da paciente.

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O primeiro milagre de irmã Dulce, o Anjo bom da Bahia, salvou a vida de uma sergipana. E a carreira religiosa dela também começou em Sergipe, mais precisamente em São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga do Brasil. Entre 1933 e 1934, quando tinha 19 anos, ela viveu no Convento São Francisco durante um ano e seis meses para o noviciado na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.

O frei Cláudio, prior do Convento dos Carmelitas, disse que Irmã Dulce “viveu a vida normal de noviça, no período de formação, que era uma vida de oração e trabalho. Ela se dedicou a assimilar a identidade da congregação”. Ele conta que quando Irmã Dulce chegou de Salvador, tinha uma experiência de vida eclesial, e já trabalhava com os pobres”.

Hoje, o convento onde a religiosa viveu abriga somente homens e mantém um museu com pertences da então noviça. “Nós homens retornamos aqui depois de dois séculos e temos 12 noviços provenientes de vários Estados, principalmente do Nordeste”.

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Todo o processo, que se encerra domingo com a canonização de Irmã Dulce, teve o papel fundamental da advogada Ana Lúcia Aguiar, que hoje é uma espécie de embaixadora da freira em Sergipe.

“Estou em estado de graça, com muita emoção, muita fé. Deus me concedeu uma grande graça, com Irmã Dulce em vida, quando me protegeu num momento perigoso com meu filho no colo”, contou. “Há 27 anos me dedico às obras para que eu possa dar esse testemunho de amor. Distribuo santinhos, acolho os pobres e os levo para atendimento médico e para um abrigo”, conta a advogada.

Além disso, ao tomar conhecimento do primeiro milagre de Irmã Dulce, Ana Lúcia atuou no processo que está levando a religiosa à canonização. “Deus me deu a graça de revelar esse milagre que a levou à condição de beata”, frisou Ana Lúcia.

O primeiro milagre atribuído à Irmã Dulce, que levou à beatificação (estágio anterior à canonização) em 22 de maio de 2011, agraciou uma mulher que não a conhecia antes do episódio. Claudia Cristiane Santos, hoje com 50 anos, recuperou-se de uma grave hemorragia pós-parto, cujo sangramento foi subitamente interrompido.

Moradora de Malhador, no interior de Sergipe, deu à luz o segundo filho em 2001. Após o parto normal, ela apresentou hemorragia incontrolável, que a levou à UTI. Os médicos realizaram todos os procedimentos possíveis, mas já havia poucas esperanças de salvar a vida da paciente. “Chegou um momento em que o médico falou para minha família que não tinha mais o que fazer, só aguardar o falecimento.”

A paciente foi então transferida para Aracaju, onde recebeu a visita de um religioso de sua cidade. “Padre Almir foi me visitar e levou uma santinha, Irmã Dulce. Ele rezou e me entregou a santinha. Depois disso, foi cada dia uma melhora”, acrescenta Claudia. Segundo ela, nem o médico que realizou o parto acreditou quando a viu chegar ao hospital para uma revisão. Hoje, Claudia Santos é devota de Irmã Dulce e agradece sua vida à intercessão naquele momento.

“Acompanhei todo esse processo, guardei esse segredo até o Vaticano reconhecer o milagre e considerá-la uma beata”, contou Ana Lúcia. Irmã Dulce tornou-se beata em 22 de maio de 2011.

Ana Lúcia planejou ir ao Vaticano, mas por “imprevistos”, como ela faz questão de frisar, ficou no Brasil e assistirá a cerimônia, ao lado de Cláudia, em Salvador, no local onde Irmã Dulce morava.

Fonte: Só Sergipe

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