Prefeito culpa revendedoras de veículos pelo caos no trânsito

O prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) deu uma verdadeira bronca nos moradores de Salvador e donos de revendas de carros, ontem, ao ser entrevistado pelo apresentador Mário Kertész, da Rádio Metrópole, atribuindo à má educação das pessoas o acúmulo de lixo e as pichações de monumentos da cidade; e às concessionárias de automóveis o caos do trânsito da capital baiana.

Em relação à venda de carros, João Henrique anunciou que a prefeitura está estudando medidas restritivas à circulação de veículos e deu a entender que quer penalizar os comerciantes por “despejar milhares de carros” nas ruas da capital baiana: “Não é possível que a cidade pague esse preço e as concessionárias fiquem impunes a isso aí”, disse em tom alterado.

O prefeito resolveu falar ao vivo na rádio, após Kertész ter cobrado ações mais efetivas para resolver alguns dos grandes problemas da cidade, como o caos do trânsito e as constantes queixas de poluição sonora. João foi logo dando sua interpretação sobre a questão do barulho. “Temos um problema muito sério em Salvador, problema cultural, temos uma cidade de matriz barulhenta”, disparou, justificando que a Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) tem agentes em número insuficiente para fiscalizar a cidade, apenas 134, quando precisaria de mais 500. 

Por essa razão a prefeitura pretende realizar concurso público para contratar novos 500 fiscais, mas João Henrique não disse quando isso irá acontecer, mesmo porque ele se queixou da falta de recursos do município.

Varre, vassourinha – João Henrique demonstrou muita irritação com o que qualificou de “má educação das pessoas” que não deixam a cidade limpa mesmo com as constantes varrições que, segundo ele, são promovidas pela prefeitura. “Agora no verão, na região do Farol e do Porto da Barra, a gente está fazendo de dez a 12 varrições por dia; o mesmo no Centro Histórico. Quer dizer, por mais que a gente limpe as pessoas não se cansam de jogar o lixo nas ruas. Há que se levar em conta também isso. Nós temos aí uma demanda infinita, é o tempo todo varrendo”, disse, criticando também pichadores e vândalos que atacam monumentos e destroem as papeleiras de lixo da capital baiana.

A teoria do prefeito para esses atos é a seguinte: “As pessoas parece que têm prazer de praticar vandalismo na cidade. Muitos dos nossos habitantes não amam a cidade em que moram”. O prefeito também reclamou de “um jornal”, cujo nome não disse, que ficaria “procurando diariamente uma coisa para bater na prefeitura”, mas disse que isso “faz parte da democracia”.

O prefeito dirigiu uma de suas maiores críticas às concessionárias de veículos que estariam, segundo ele, contribuindo para o caos do trânsito de Salvador ao vender carros sem entrada, em 80 prestações, e a prefeitura “que se dane”. Disse que isso “é um absurdo” e contou que nas cidades da Itália, “a prefeitura é que autoriza” essa venda.
 

As informações são do A Tarde

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