Buerarema

Por conta do conflito entre índios e fazendeiros, escolas fecham as portas

Determinação foi da prefeitura municipal. Médicos também não trabalham. Indígenas e fazendeiros brigam por terras em Buerarema, na Bahia.

Acorda Cidade

Alunos das escolas públicas de Buerarema, no sul do estado, estão sem aula desde a última quinta-feira e só devem voltar à sala de aula na semana que vem. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (28).
 
A determinação foi da prefeitura por causa dos conflitos entre fazendeiros e índios na região. As escolas particulares, que estavam funcionando, também decidiram suspender as atividades. Médicos que atuam na zona rural não estão trabalhando com medo da violência.
 
A cidade voltou a viver momentos de tensão na tarde do sábado (24). Segundo informação de moradores, um grupo de índios tupinambás, armados com fuzis, circulou pelas ruas do centro da cidade assustando a população.
 
Produtores rurais tentaram enfrentar os índios, mas foram impedidos pela polícia. Revoltados, os manifestantes colocaram fogo em oito casas que pertenciam aos índios. Em algumas casas, os móveis foram retirados e queimados do lado de fora. Os manifestantes ainda saquearam e depredaram uma loja porque, segundo testemunhas, o dono vendia material de construção para os índios.
 
De acordo com a polícia, uma agência dos correios foi depredada e a cesta do povo saqueada. Os policiais usaram spray de pimenta para dispersar os manifestantes.
 
Ainda durante a tarde, algumas pessoas foram presas e levadas para Itabuna, também no sul do estado, porque a população ameaçou invadir a delegacia.
 
Força Nacional
 
Homens da força nacional estão na cidade. O efetivo chegou ao município de Ilhéus na noite do domingo (18), segundo informações do Ministério da Justiça.
 
"Estamos definindo como será a atuação. Não posso informar a quantidade de policiais, mas afirmo que trata-se de um efetivo reforçado", diz Mário Lima, delegado chefe da Polícia Federal.
 
Na sexta-feira (16), a BR-101 foi fechada por produtores rurais que protestavam contra a ocupação de terras por índios. Na ocasião, quatro veículos do governo foram queimados.
 
De acordo com o delegado, o principal objetivo do reforço no policiamento da região é evitar que ocorram novos atos de violência por conta do conflito entre indígenas e fazendeiros. 
 
"A gente não tem indicativo de novos protestos, o patrulhamento é para que não haja mais violência em ambos os lados, para garantir o processo de paz na região. Posteriormente devem ocorrer ações de reintegração de posse e atuação junto à Funai [Fundação Nacional do índio]", explica Mário Lima.
 
O delegado destaca que o policiamento na região sul do estado conta ainda com o apoio da Polícia Militar, que atua com a Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE) Cacaueira. Não há previsão de quanto tempo a Força Nacional vai ficar na Bahia. "Por enquanto podemos afirmar que vão ficar enquanto permanecer o problema", conclui o delegado da PF.
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