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Outros dois baianos, pai e filho, foram confirmados nesta terça-feira (29) como desaparecidos na tragédia de Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), onde uma barragem de rejeitos da Vale rompeu e fez um mar de lama invadir parte da cidade. Até o momento, já foram confirmados 65 mortes e 279 desaparecidos na tragédia.
Com essas duas novas vítimas, sobe para 7 o número de baianos sumidos após o rompimento da barragem.
Os dois homens são Cássio Cruz Silva Pereira, de 27 anos, e Carlos Augusto Santos Pereira, de 49. Eles são da cidade de Mata de São João, município da região metropolitana de Salvador.
Em entrevista ao G1, a esposa de Cássio, Daniela Pereira, contou os momentos de aflição que a família passa. O casal tem um filho de 1 ano e 4 meses.
"Nós dois somos da Bahia, viemos morar aqui há três anos. Ele veio a trabalho, o restante da família já morava aqui. Estamos sem notícias nenhuma, nada. Só temos a esperança deles serem encontrados ainda, porque o que soubemos é que tem muitas pessoas em uma mata", disse Daniela.
Os nomes dos dois constam na lista de desaparecidos atualizada pela Vale nesta terça-feira (29). A primeira lista foi divulgada no sábado (26). "Toda lista que chega é a mesma coisa, não muda nada. Eles [Vale] não dão assistência de nada. A gente fica sem saber o que está acontecendo", falou Daniela.
Além de Cássio e Carlos Augusto, outros cinco baianos também estão desaparecidos. Quatro deles são de Santo Amaro, cidade no recôncavo da Bahia, e um é de Salvador.
O soteropolitano é Tiago Coutinho do Carmo, de 34 anos. Os outros quatro são Alex Mário Moraes Bispo, 22 anos, Ademário Bispo, 51, Ednilson Dos Santos Cruz e George Conceição de Oliveira, de idade não informada.
Assim como os cinco homens, Cássio e Carlos Augusto também são funcionários de empresas terceirizadas pela Vale. De acordo com a esposa de Cássio, ele é encanador industrial. O sogro, Carlos Augusto, é soldador.
Tragédia
O rompimento de uma barragem da Vale no Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), na sexta-feira (25) deixou um rastro de lama que deixou pessoas desaparecidas e destruiu casas na região.
O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, disse que os principais atingidos são funcionários da empresa. Eles estavam em horário de almoço, e o refeitório da empresa foi atingido. A empresa informou que havia 427 pessoas no local.
A Vale informou que o rompimento ocorreu na barragem 1 da Mina Feijão – que causou o transbordamento de outra barragem, segundo o presidente da empresa, Fábio Schvartsman. O Ministério do Meio Ambiente, por sua vez, informou que foram 3 barragens rompidas. Ainda não há informações do que provocou o acidente.
Fonte: G1