Entre 2021 e 2022, o número internautas na Bahia cresceu com mais vigor entre as pessoas que tinham de 30 a 39 anos (mais 204 mil internautas em um ano, ou +10,0%); e entre os idosos, de 60 anos ou mais de idade (mais 199 mil internautas, ou +19,4%, a maior taxa de crescimento entre os grupos etários).
Ou seja, de cada 10 novos internautas na Bahia, entre 2021 e 2022, 3 tinham de 30 a 39 anos (32,8%) e outros 3 eram pessoas idosas (32,0%). A informação consta nos resultados do módulo sobre Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC), da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgados na última quinta-feira (9).
Apesar de registrar aumentos anuais seguidos no número de pessoas que acessam a Internet, em 2022, a Bahia ainda tinha, dentre os estados, apenas a 17a maior participação de internautas na população de 10 anos ou mais de idade (84,5%).
No Brasil como um todo, a proporção era de 87,2%, com Distrito Federal (96,6%), Goiás (91,0%), São Paulo (91,0%) e Rio de Janeiro (90,1%) superando os 90,0%; e Acre (77,8%), Maranhão (79,1%) e Amazonas (79,3%) não chegando a 80,0%.
Chamadas por voz ou vídeo e/ou mandar mensagens
Entre 2021 e 2022, na Bahia, todas as quatro finalidades de uso da Internet pesquisadas em ambos os anos tiveram pequenas perdas de participação no total, mas o ranking das mais citadas pelos internautas permaneceu o mesmo.
Conversar por chamadas de voz ou vídeo manteve-se como a finalidade mais informada (por 95,6% das pessoas que usaram a Internet no estado, frente a 96,6% em 2021). Em seguida vinha enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail (por 93,4% dos internautas, frente a 93,9% em 2021).
Assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes era a terceira finalidade mais informada (por 85,6%, frente a 88,2% em 2021), e enviar ou receber e-mails continuou na quarta posição entre as finalidades pesquisadas desde o início da PNADC TIC (citada por 50,2% dos internautas na Bahia, frente a 52,4% em 2021).
Em 2022, o IBGE ampliou o leque de finalidades investigadas, incluindo oito novas opções de resposta: ouvir músicas, rádio ou podcast (informada por 81,8% dos usuários de Internet na Bahia); usar redes sociais (por 76,4%); ler jornais, notícias, livros ou revistas (por 66,3%); acessar bancos ou outras instituições financeiras (por 47,9%); comprar ou encomendar bens ou serviços (por 31,2%); jogar pelo videogame, celular, computador etc. (por 30,4%); usar algum serviço público (por 22,2%); e vender ou anunciar bens ou serviços (finalidade menos informada, por 7,5% das pessoas que usaram a Internet na Bahia).
Não usaram a Internet por não saber
Entre 2021 e 2022, cresceu o percentual de pessoas na Bahia que não acessaram a Internet porque disseram não saber como fazer isso.
Quase metade (48,1%) das 2,005 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade que não utilizaram a Internet em 2022, no estado, disseram que não sabiam como acessar a Rede (964 mil pessoas, em números absolutos).
Não saber usar a Internet foi o motivo mais citado, na Bahia, em todo os seis anos da série histórica da PNADC TIC, mas houve um aumento expressivo frente a 2021, quando 39,6% dos não usuários tinham citado essa razão. E esse aumento ocorreu mesmo diante da ampliação dos motivos investigados, de cinco para sete opções.
O segundo motivo mais comum para não usar a Internet, em 2022, na Bahia, foi a falta de necessidade, que só foi incluído como opção de resposta no ano passado e foi citado por 21,1% das pessoas que não acessaram a Rede.
Já o custo do serviço ou do equipamento, que havia sido o segundo motivo mais citado em 2019 e 2021, ficou com o terceiro lugar em 2022, informado por 19,9% das pessoas que não acessaram a Internet no estado (frente a 27,4% em 2021).
Outras 57 mil pessoas de 10 anos ou mais de idade, 2,9% das que não acessaram a Internet em 2022, na Bahia, citaram como motivo a indisponibilidade do serviço nos locais que costumavam frequentar – percentual que caiu um pouco frente aos 3,4% registrados em 2021. Dentre as pessoas que não acessaram a Rede no estado, 1,7% citaram como motivo a preocupação com privacidade ou segurança; e 1,6%, a falta de tempo – razões que começaram a ser pesquisadas em 2022.
Serviços de streaming e dispositivos inteligentes
Em 2022, a PNADC também investigou pela primeira vez a existência, nos domicílios, de dois novos itens relacionados às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): o acesso a serviços pagos de streaming de vídeo e a utilização de dispositivos inteligentes (que podem ser acessados pela Internet, como câmeras, caixas de som, lâmpadas, ar-condicionado, geladeiras etc.).
Na Bahia, 1,500 milhão dos 4,991 milhões de domicílios com televisão (30,1% deles) tinham acesso a algum serviço pago de streaming de vídeo, em 2022. A proporção baiana era a 4ª mais baixa do país, superior apenas às registradas no Maranhão (28,2%), Piauí (27,4%) e Paraíba (26,2%).
No Brasil como um todo, 43,4% (31,061 milhões) dos 71,494 milhões de domicílios com televisão tinham acesso a algum serviço pago de streaming de vídeo. Distrito Federal (62,2%), Santa Catarina (56,7%) e Rio de Janeiro (51,6%) lideravam o ranking dos estados, nesse indicador.
A proporção de domicílios baianos que utilizavam dispositivos inteligentes era ainda menor. Eles estavam presentes em 383 mil (8,1%) dos 4,707 milhões de domicílios que acessavam a Internet. O percentual baiano era o 3º mais baixo do país, à frente apenas de Maranhão (6,9%) e Roraima (6,4%).
Nacionalmente, 9,891 milhões de domicílios usavam algum dispositivo inteligente, 14,3% dos domicílios com Internet no país, em 2022. Santa Catarina (21,8%), Distrito Federal (21,3%) e Rio de Janeiro (17,7%) também lideravam o ranking.
O acesso tanto ao streaming quanto aos dispositivos inteligentes tem forte correlação com uma maior renda domiciliar per capita.
No Brasil como um todo, o rendimento médio mensal real per capita nos domicílios com acesso a serviço pago de streaming de vídeo era de R$ 2.454, mais que o dobro daqueles que não dispunham desse serviço (R$ 1.140). A relação foi a mesma no caso dos dispositivos inteligentes: o rendimento per capita nos domicílios onde eles existiam era de R$ 3.116, frente a R$ 1.532 onde não havia esses equipamentos.
A tabela a seguir resume os indicadores de proporção de domicílios com acesso a bens e serviços TIC, no Brasil e na Bahia, em 2022.
Em quase todos os indicadores, o estado tinha percentual de domicílios com respostas positivas menor do que o país. A única exceção era em relação à banda larga fixa, presente em 88,4% dos domicílios baianos e em 86,4% dos brasileiros.
As maiores diferenças para cima do país, em relação ao estado ficavam, respectivamente, com a existência de banda larga móvel (81,2% para Brasil e 62,7% para a Bahia), de computador (40,2% Brasil e 24,8% Bahia) e acesso a streaming pago (43,4% Brasil e 30,1% Bahia).
Em 2022, o telefone celular se manteve como o equipamento quase universalmente utilizado para acessar a Internet, usado por 99,0% dos internautas da Bahia (10,823 milhões de pessoas). Houve uma discreta variação positiva em relação a 2021, quando a proporção era de 98,9%.
Em terceiro lugar, abaixo da televisão, estava o computador, utilizado por 22,1% das pessoas que acessaram a Internet na Bahia, em 2022 (2,417 milhões). O uso desse equipamento cai ano a ano desde 2016. O uso do tablet também seguiu em queda e se manteve o menor de todos, citado por apenas 4,7% das pessoas que acessaram a Internet, na Bahia, em 2022 (514 mil), frente a 6,4% em 2021.
Acesso à Internet pela televisão segue em alta
Entre 2021 e 2022, o uso da televisão para acessar a Internet seguiu em alta na Bahia, foi o que mais cresceu e ganhou participação, passando a ser adotado por 4 em cada 10 internautas no estado.
No ano passado,4,343 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade que utilizaram a Internet, na Bahia, fizeram isso por meio da televisão (39,7% do total de internautas). Esse grupo cresceu 16,9% frente a 2021, quando era de 3,715 milhões de pessoas (36,0% do total de internautas naquele ano). Com isso, a TV se manteve como segundo equipamento mais usado para acessar a Internet no estado – atrás apenas do praticamente onipresente telefone celular.
Em seis anos, o acesso à Internet pela TV teve um crescimento muito expressivo. Em 2016, início da série histórica da PNADC TIC, a televisão era o equipamento menos usado para acessar a Internet na Bahia (por 8,4% dos internautas, ou 591 mil pessoas). O número de pessoas que utilizaram a Internet pela televisão se multiplicou por sete desde então, aumentando 634,9%.
Idade
Na esteira do progressivo envelhecimento da população em geral, os idosos, que, de 2016 a 2018, representavam a menor fatia no total de internautas na Bahia, passaram a ser a 2ª menor em 2019 e 2021 e, em 2022, já eram a 4a menor (11,2%). Em apenas um ano, a participação da pessoas de 60 anos ou mais de idade no total das que acessaram a Internet no estado superou as das crianças de 10 a 13 (6,5%), dos jovens de 20 a 24 (9,7%) e dos adultos de 25 a 29 anos (10,1%).
Além disso, em 2022, pela primeira vez nos seis anos de série histórica da PNADC TIC, mais da metade das pessoas idosas acessaram a Internet, na Bahia (55,7% ou 1,226 milhão em números absolutos). Em 2016, primeiro ano da pesquisa, apenas 14,3% das pessoas de 60 anos ou mais de idade usavam a Internet no estado. Em 2021, a proporção era de 47,6%.
Em todas as demais faixas etárias, na Bahia, a proporção de pessoas que acessaram a Internet em 2022 superou 80,0%. Os maiores percentuais estavam entre os adultos de 25 a 29 anos (95,4% usaram a Internet) e jovens de 20 a 24 anos (94,7%).
Em 2022, 9 em cada 10 pessoas que usaram a Internet na Bahia fizeram isso todos os dias (92,2% do total de internautas, ou 10,081 milhões em números absolutos). O uso diário da Internet também ultrapassou 90% dos usuários no Brasil como um todo (93,2%) e em 23 dos 27 estados.
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