Luto

Morre Dona Cadu, sambadeira, mestra ceramista e líder comunitária do Recôncavo Baiano

A sambadeira deixa familiares, amigos e uma comunidade admiradora do seu legado sociocultural.

Dona Cadu
Foto: Iasmim Santos/Acorda Cidade

Morreu na manhã terça-feira (21) em São Félix, a sambadeira, mestra ceramista e líder comunitária Ricardina Pereira da Silva, mais conhecida como Dona Cadu, aos 104 anos.

Natural de São Félix, Dona Cadu se sentiu mal na segunda-feira (20), mas realizou algumas atividades na manhã de hoje e ao descansar, faleceu. Não há informações se ela estava enfrentando algum problema de saúde.

Dona Cadu nasceu na Fazenda Pilar, em São Félix, mas se mudou para o Povoado de Coqueiros, em Maragogipe aos 22 anos após se casar. Ela foi titulada como Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) pela sua contribuição à cultura local do recôncavo baiano. A ceramista também foi identificada como “Tesouro Vivo”, com base nos termos propostos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A sambadeira deixa familiares, amigos e uma comunidade admiradora do seu legado sociocultural.

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento da mestra da cultura popular do Recôncavo Ricardina Pereira da Silva, conhecida carinhosamente como Dona Cadu, na madrugada desta terça-feira, dia 21 de maio de 2024, aos 104 anos.

Nascida em 14 de abril de 1920 na cidade de São Félix, Recôncavo da Bahia, Dona Cadu era uma mulher negra, mãe, líder comunitária, guardiã de saberes ancestrais, memória viva de confluências afro-indígenas, sambadeira e a mestra ceramista mais antiga de Coqueiros, distrito de Maragogipe, Bahia, dedicando mais de 90 anos ao ofício.

Em 2020, Dona Cadu foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa pela UFRB, e em 2021 pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Estes títulos são conferidos a personalidades eminentes, nacionais ou estrangeiras, que se destacaram pelo saber e/ou pela atuação em prol das ciências, artes, filosofia, letras, culturas, e pelo desenvolvimento e entendimento dos povos, cuja contribuição tenha sido de alta relevância para o país ou para a humanidade.

No Memorial Valorativo, Dona Cadu é identificada como “Tesouro Humano Vivo” nos termos propostos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), enquanto uma das mais significativas personalidades difusoras da tradição oral, poética e performática de tradições do Recôncavo. A sua trajetória é definida por um reconhecimento de singularidade por suas atividades de ceramista, de sambadeira e de rezadeira, sendo uma grande referência da cultura do Recôncavo da Bahia de ancestralidade africana e indígena.

A reitora Georgina Gonçalves declara luto oficial de três dias na UFRB.

Ao expressarmos nossas condolências, manifestamos nosso apoio e solidariedade aos amigos, familiares e a toda comunidade acadêmica.

O velório de Dona Cadu aconteceu na Câmara de Vereadores de Maragogipe. Às 14h30 desta terça-feira (21) ocorrerá uma missa na Igreja Nossa Senhora da Conceição dos Coqueiros e o sepultamento está marcado para às 17h30, também em Coqueiros.

Leia também: Conheça Dona Cadu: 103 anos de sabedoria, disposição e saúde

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
1 Comentário
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários