Moradores do bairro São João Grande, no trecho que liga a cidade de São Gonçalo dos Campos a Feira de Santana e que faz parte do município de São Gonçalo, interditaram a via na manhã desta terça-feira (2) com fogo em pedaços de madeira e galhos de árvore, para chamar atenção do poder público e pedir providências para os problemas do local.
Segundo eles, o bairro não tem calçamento, foi tomado pela lama e quando chove a situação piora ainda mais.
Um morador do local, que se identificou como Henrique, disse ao Acorda Cidade que reside há 27 anos no bairro e a situação nunca mudou. Ele relatou que o prefeito atual de São Gonçalo dos Campos, Tacísio Pedreira, prometeu durante a campanha que resolveria os problemas do bairro. No entanto, nada foi feito.
“A gente está sem poder sair de casa, estamos sofrendo na lama e não aguentamos mais, por isso interditamos a via. O prefeito disse que ia solucionar a situação e mandou o vereador Sérgio de Dezinho, mas até hoje não resolveram nada. Não vamos sair daqui enquanto não tivermos nossas reivindicações atendidas. Se o prefeito veio aqui pedir voto, que ele venha resolver com a gente”, declarou.
Luciano dos Santos Machado, que também é morador do bairro São João Grande, relatou que devido a tanta lama no local, até ambulâncias têm dificuldades de passar.
“Essa semana mesmo uma ambulância atolou. Estamos reclamando porque o prefeito fez festa na cidade e o que ele prometeu para nós não foi feito”, lamentou.
Uma equipe do Corpo de Bombeiros e uma viatura da Polícia Militar estão no local. O Acorda Cidade entrou em contato com a assessoria da prefeitura de São Gonçalo dos Campos e aguarda o retorno.
O prefeito de São Gonçalo dos Campos, Tarcísio Pedreira, deu um contraponto em relação às manifestações dos moradores do bairro São João Grande. Em contato com o Acorda Cidade, ele informou que foi informado do movimento desde a semana passada, e que desde o ano passado vem realizado intervenções na infraestrutura do bairro.
“Primeiro, quero me solidarizar com todos os moradores de São João Grande, bem como de outras comunidades de São Gonçalo, que se queixam de alguma questão de ausência de infraestrutura em nossa cidade. Na semana passada, fui informado de que haveria essa manifestação, inclusive fiz algumas intervenções de infraestrutura não só em São João, mas como em muitos outros lugares, que estiveram abandonados por muito tempo, e que desde o ano passado a gente busca dar uma estrutura mínima, para que aquelas populações possam ter uma qualidade de vida. Já no nosso plano de governo, estava previsto a pavimentação, e no ano passado fizemos uma intervenção em São João, pois era uma rua que alagava, em que o povo clamava por calçamento, e a gente sabia que se fizesse o calçamento o problema do alagamento não seria resolvido”, afirmou o gestor do município.
Ele afirmou ainda que no bairro existe um problema crônico de drenagem, e que em um ano e seis meses à frente do governo, não foi possível fazer tudo o que era preciso.
“Nós resolvemos um problema dessa rua, com intervenção de drenagem, não conseguimos fazer ainda o calçamento dessa rua, mas para quem tinha uma poça enorme em sua casa e sequer conseguia sair, o problema do alagamento foi resolvido. Lá tem um problema crônico de drenagem, e não adianta a gente chegar lá para fazer a pavimentação sem fazer a drenagem. E infelizmente não conseguimos em um ano e seis meses de governo fazer tudo o que gostaríamos de fazer. O São João Grande é uma das nossas prioridades, não só por ter sido abandonado por tanto tempo, mas nós fizemos ampliação da escola, diversas intervenções de cascalho, dentro do bairro, inclusive esse ano. Acontece que a gente não consegue em 18 meses de governo fazer tudo. Desde o ano passado, somos a única gestão que temos trabalhado com duas motos niveladoras. Quero aqui dizer que não quero me colocar do outro lado dos manifestantes, pois estou do mesmo lado daqueles que querem resolver os problemas do bairro São João”, disse.
Em relação às críticas sofridas acerca da realização dos festejos juninos este ano e Festival Cidade Jardim, o prefeito justicou que os eventos fazem parte do seu plano de governo.
“Está lá no 7º item no meu plano de governo a criação do calendário artístico e cultural que previa apresentações em todos os finais de semana e junho e julho. Tivemos um evento artístico e cultural com a apresentação de um dos maiores poetas do Brasil em praça pública, que foi Bráulio Bessa, com a presença do repórter José Raimundo, apresentação do cordelista Domingo Santeiro, e quem foi à rua pôde ver arte e cultura, em seis finais de semana, portanto 12 dias”, concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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