Bahia

Familiares e amigos de velejador preso em Cabo Verde protestam em Salvador

Três brasileiros foram condenados por tráfico de drogas em Cabo Verde; família acredita que eles foram vítimas de armação. Ato desta sexta (9) contou com parentes de Rodrigo Dantas.

Acorda Cidade

Amigos e familiares do velejador baiano Rodrigo Dantas, um dos condenados por tráfico internacional de drogas em Cabo Verde, realizaram, na manhã desta sexta-feira (9), uma mobilização em Salvador, durante o II Congresso Internacional de Segurança e Defesa.

O ato foi realizado na Faculdade de Administração da Universidade Federal da Bahia (Ufba), no bairro do Canela, onde acontece o evento. O congresso contou com a participação de autoridades policiais brasileiras, de Portugal e também de Cabo Verde.

Rodrigo Dantas e outros dois brasileiros, o também velejador baiano, Daniel Dantas, e o gaúcho Daniel Guerra foram condenados a 10 anos de prisão após serem presos com uma tonelada de cocaína em um barco. Além dos brasileiros, o capitão francês Olivier Thomas também está preso em Cabo Verde.

As famílias dos brasileiros acreditam que eles foram vítimas de armação e lutam para provar a inocência dos velejadores.

No ato desta sexta-feira, em mais uma tentativa de chamar a atenção das autoridades do país africano, os amigos e familiares de Rodrigo Dantas levaram fotos do velejador e uma faixa pedindo que a Justiça de Cabo Verde respeite o relatório da Polícia Federal do Brasil.

A mãe de Rodrigo Dantas tentou entregar um documento com o relatório da Polícia Federal brasileira e da embaixada do Brasil ao comandante da Polícia Nacional de Cabo Verde. Entretanto, o comandante cancelou a participação no evento por motivos de saúde.

A família conta que o julgamento dos velejadores em Cabo Verde foi irregular. No caso de Rodrigo, por exemplo, eles afirmam que nenhuma testemunha foi ouvida. Além disso, o inquérito da Polícia Federal brasileira aponta que os tripulantes contratados não teriam como saber da droga escondida no barco. Ainda segundo a família, o relatório da PF foi ignorado pela Justiça de Cabo Verde.

Um representante do Ministério Público da Comarca de São Vicente, em Cabo Verde, chegou a afirmar nos autos de uma ação penal que o inquérito da PF era uma "manobra" para inocentar velejadores brasileiros.

Caso
Os velejadores brasileiros que estavam com o barco foram acusados de tráfico internacional de drogas pela Justiça de Cabo Verde. Foram condenados os baianos Rodrigo Dantas e Daniel Dantas, além do gaúcho Daniel Guerra e o capitão da embarcação, de naturalidade francesa, Olivier Thomas.

Os familiares dos brasileiros, no entanto, afirmam que eles não sabiam que a droga estava no barco, que tinha o nome de Rich Harvest. Para eles, os velejadores foram vítimas de uma armação e a droga pode ter sido colocada na embarcação pelos suspeitos, sem que os velejadores fossem avisados.

Antes de sair do Brasil em agosto, o veleiro passou por inspeções da Polícia Federal em Salvador e em Natal. O barco foi liberado sem que nenhuma irregularidade fosse encontrada, mas na Ilha de Mindelo, em Cabo Verde, foi mais uma vez inspecionado e a droga encontrada.

Uma investigação da Polícia Federal brasileira aponta a inocência dos velejadores. No entanto, o inquérito não foi aceito pela Justiça de Cabo Verde.

A PF chegou a emitir uma nota de repúdio contra o Ministério Público da Comarca de São Vicente, em Cabo Verde, após um representante do órgão afirmar nos autos de uma ação penal que o inquérito da PF seria uma "manobra" para inocentar os velejadores.


Fonte: G1

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