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As exportações baianas atingiram US$ 840,5 milhões em abril, com aumento de 55,5% em comparação a igual mês de 2020. Apesar do efeito base que explica parte importante da sua magnitude, a alta na exportação em abril reflete a recuperação do comércio internacional e a intensa demanda chinesa e asiática, que contribuiu para elevar preços e puxar o embarque de commodities. Isso ocorre sobretudo com a soja, que voltou em grande volume aos portos após o atraso na colheita e dos derivados de petróleo, cujos preços médios tiveram aumento significativo.
As informações, divulgadas nesta segunda-feira (10), foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento do Estado (Seplan).
As importações alcançaram US$ 727,8 milhões no mês e aumentaram 91,4% em relação a abril de 2020. Também sob o efeito da base baixa de comparação, as compras externas foram puxadas principalmente por combustíveis e pela recomposição de insumos que sofreram desabastecimento no mercado externo e interno. Isso aconteceu mesmo com câmbio depreciado, porque o desabastecimento também contribuiu para elevar preços no mercado interno.
As exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo) aumentaram 34,2% no mês passado e responderam por 26% das vendas totais do estado ao exterior, em abril. Os fortes embarques do grão, em março e abril, ocorreram após um atraso da safra recorde, que reduziu a exportação no início da temporada.
As projeções para as exportações de soja são as melhores possíveis para a atual safra, considerando o valor baixo dos estoques globais, o aumento da produção na Bahia e a forte demanda asiática, sobretudo da China. O mercado chinês representou quase 57% das vendas do setor esse ano, com um crescimento de 18,6% ante igual período de 2020.
Já o valor das exportações de derivados de petróleo teve alta de 433,5% sobre abril do ano passado, impactado por uma alta dos preços, que se elevou em média 113,1% comparado ao mesmo mês de 2020. Novamente o mercado asiático (Cingapura) respondeu por mais de 90% das compras.
No acumulado até abril, as exportações baianas acusam crescimento de 7,5%, influenciadas muito mais pela alta dos preços médios dos produtos exportados (33,4%), com destaque para soja, derivados de petróleo, produtos metalúrgicos e minerais. Os volumes embarcados avançaram muito menos em alguns segmentos e chegaram a registrar baixa no total do período (-19,4%), em função do atraso na colheita das lavouras de soja nos primeiros dois meses de 2021 e dos embarques menores de derivados de petróleo.
Os países asiáticos lideram os mercados de destino com 50% de participação no total de vendas até abril. Mas outros parceiros econômicos importantes da Bahia, que demandam produtos locais, como Estados Unidos (+17,4%), Argentina (+15,4%) e União Europeia (+6,5%), também vivem em um contexto de recuperação econômica, resultando numa demanda crescente de diversos produtos da pauta estadual.
O conjunto de dados pode significar o início de reversão de ciclo de redução do fluxo comercial, que se expandiu 20,1% no quadrimestre, com aproveitamento da retomada do comércio mundial. Em tempos de pandemia e de medidas de restrição à circulação de pessoas, a exportação gera oportunidades de negócios, com efeitos domésticos positivos na geração de riqueza e renda.