Bahia

Exportações baianas crescem 2,1% no quadrimestre

O aumento das exportações no quadrimestre ocorreu mesmo com uma contração significativa de 21,3% nos preços dos bens vendidos, mas que foi compensado pelo aumento do volume exportado que subiu 29,7%.

Acorda Cidade

Mesmo com queda da demanda global, as exportações baianas vêm conseguindo manter, no ano, crescimento frente ao mesmo período do ano passado. Embora tenham recuado 18,5% em abril (US$ 502,7 milhões) basicamente por conta da contração de 16,2% nos preços dos bens vendidos, as vendas externas no quadrimestre acumularam US$ 2,44 bilhões surpreendendo positivamente, e superando em 2,1% as receitas de igual período de 2019.

“Os volumes embarcados de derivados de petróleo, celulose, soja e algodão no ano registraram crescimento, mais do que compensando a queda de preços decorrente do cenário global atual”, ressalta o secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).

Com o resultado de abril, a balança comercial da Bahia acumula um superávit de US$ 928,9 milhões em 2020, contra um déficit de US$ 71,8 milhões registrado em igual período do ano passado. As exportações somam US$ 2,44 bilhões com incremento de 2,1% e as importações em US$ 1,67 bilhão com queda de 32,2%. A corrente de comércio atingiu US$ 4,1 bilhões com retração de 15,3%. Do lado das importações – US$ 1,67 bilhão e queda de 32,2% – há um processo de desaceleração acentuada em curso, refletindo a atividade econômica doméstica semiparalisada.

O aumento das exportações no quadrimestre ocorreu mesmo com uma contração significativa de 21,3% nos preços dos bens vendidos, mas que foi compensado pelo aumento do volume exportado que subiu 29,7%. Mais que dobrou a quantidade embarcada de derivados de petróleo em 102,6%, em função do aumento das compras da Ásia, sobretudo de Cingapura, destino de 95% das vendas do segmento, assim como de papel e celulose (20,2%) com demanda externa aquecida por conta do aumento do consumo de papéis para fins sanitários/higiene em tempos de pandemia; soja e derivados (5,6%) via aumento de produção e da demanda chinesa além do algodão (70,7%) que deve bater recorde de produção e exportação este ano.

O bom desempenho desses segmentos evidencia a competitividade das exportações, favorecida por uma taxa de câmbio real mais desvalorizada, além de uma demanda mundial resiliente, sobretudo a asiática. As exportações baianas para a Ásia até abril cresceram 31,1% ante igual período do ano passado, atingindo US$ 1,26 bilhão ou o correspondente a 51,8% do total das vendas externas do estado. O volume embarcado para a China teve alta de 40,3%, enquanto para Cingapura o crescimento foi de 243,5%. Por outro lado, caíram 10% os embarques para os Estados Unidos e 33,1% para a Argentina, rebaixados este ano para terceiro e quarto destinos mais importantes para as exportações baianas.

Em movimento inverso, as importações aprofundaram a retração com queda, só em abril, de 39,2% – US$ 353,6 milhões, registrada em quase todas as categorias de uso. Houve recuo nas compras de combustíveis (-86,5%), bens de consumo (-67%) e bens intermediários (-30,1%). Somente a categoria de bens de capital cresceu 26,3%, influenciado por compras maiores de equipamentos de transporte de carga e células solares.

A retração das importações no ano reflete não somente a contínua desvalorização cambial como também a baixa demanda de intermediários pela indústria e os efeitos das medidas de isolamento social na demanda doméstica e no nível de atividade. Uma reversão no comportamento das compras externas, depende de uma recuperação da economia e do consumo doméstico, o que por enquanto não se vislumbra no horizonte, dada as incertezas da pandemia.
 

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