Neste sábado (22), celebramos do Dia do Paraquedista. Esta data foi escolhida em homenagem a Andre-Jacques Garnerin considerado o primeiro paraquedista do mundo. Garnerin saltou a 8000 pés em Londres, um recorde para a época.
E ao contrário do que muitas pessoas imaginavam, o paraquedismo não é um esporte criado há pouco tempo. Este esporte surge do eterno imaginário do sonho humano, em não viver destinado ao chão, tendo a liberdade para voar. Esse sonho possui início registrado na mitologia, na qual Dedalo, um dos homens mais criativos e habilidosos de Atenas, projetou asas para o seu filho Ícaro, juntando penas de aves de vários tamanhos, amarrando-as com fios e fixando-as com cera, na busca de alçar voo.
O empresário e paraquedista, morador de Teofilândia, Ícaro Oliveira, contou ao Acorda Cidade que é paraquedista há 9 anos e decidiu praticar o esporte pelo seu desejo de voar.
“Sou paraquedista há pouco mais de 9 anos, meu primeiro salto aconteceu em 2013. O paraquedismo foi apresentado para mim na faculdade por um amigo, e acabei ficando apaixonado pelo esporte. Decidir praticar o paraquedismo, porque sempre tive o sonho de voar. Meu nome vem da mitologia grega, quem conhece a história de Ícaro vai entender muito bem. Meu pai queria ser piloto, mas não foi por condições financeiras, meu pai é do interior de Valente, e colocou o nome dos filhos todos ‘voadores’, tenho mais dois irmãos, Iuri e Ísis,” revelou.
O paraquedismo é um esporte aéreo que possui várias modalidades e estilos.
“Saímos de um avião de uma altura segura, mergulhamos em queda livre onde a gente consegue efetuar manobras, deslocar no ar. A gente consegue com o nosso corpo, através da aerodinâmica, ir pra frente, para trás, fazer formações e várias posições que chamamos de Freefly… de ponta cabeça, sentado, a gente começa a fazer quase tudo em queda livre, até a altura de comando seguro. A gente tem várias alturas, vai depender da experiência do atleta, onde a gente consegue abrir o paraquedas e navegar alguns minutos como se fosse um avião. E o paraquedas nada mais é do que uma asa semi rígida, a gente consegue navegar e pousar aonde a gente quer, conseguimos controlar, fazer curva, diminuir a aceleração, acelerar para poder chegar mais rápido,” descreveu.
Benefícios
“O paraquedismo tem muitos benefícios, o único impedimento para fazer o esporte é que a pessoa não pode ter problemas cardíacos, por conta da descarga de adrelina. Fora isso todos podem fazer, a partir de 14 anos e com a autorização dos pais a pessoa já pode saltar. É um esporte que ensina muito sobre disciplina e está o tempo inteiro andando lado a lado com a aviação, então você aprende muito,” disse.
Segurança
Conforme afirmou Ícaro, o paraquedismo é um esporte seguro.
“Boa parte das pessoas confundem muito o paraquedismo com o Base Jump, com aqueles saltos de pontes, prédios… Mas o paraquedismo não tem nada a ver com isso. No paraquedismo de verdade, a gente sai de um avião, de uma altura segura, a gente tem a queda livre, na qual temos vários estilos com saltos normais, de barriga, saltos com prancha. O paraquedismo, atualmente, vem com um equipamento com muita segurança, no qual temos dois parquedas, um principal e o outro reserva, caso a gente tenha alguma anormalidade ou ‘pani’, a gente pode desconectar o paraquedas principal e abrir o reserva na altura segura, e que a gente consiga navegar bem e pousar com segurança. O paraquedas reserva é dobrado a cada seis meses por um especialista em dobragem. O paraquedas principal é dobrado em 15 minutos, o reserva é dobrado em pouco mais de 3 a 4 horas,” explicou.
Além disso, os paraquedistas possuem um dispositivo eletrônico de segurança.
“Nós temos um dispositivo eletrônico que funciona como barômetro. O Dispositivo de Abertura Automática (DAA) serve para quando o paraquedista não comanda, ou não abre o paraquedas na abertura correta. Então esse dispositivo abre e dispara. É um meio auxiliar de comando do paraquedas, o dispositivo abre o paraquedas reserva na altura correta, na altura limite da nossa segurança,” esclareceu.
Curso
“Para quem quiser fazer o curso, se tornar paraquedista, o Bahia Paraquedismo é a única escola que está promovendo o Programa de formação aqui na Bahia através dos nossos instrutores. Eu sou o coordenador da escola. O programa que a gente trabalha é chamado de Acelereted Free Fall (AFF) é um programa desenvolvido pela Universidade de Paraquedismo Americana, praticamente a galera que inventou o paraquedismo moderno. Esse Programa consiste em sete saltos, sete níveis, onde desde o primeiro salto você vai estar solo, mas sendo auxiliado por dois instrutores. A gente vai voar, sair do avião com dois instrutores… cada nível tem um objetivo a ser cumprido, e você só passa de nível se atingir os objetivos. O programa é muito seguro, eficiente. Usado nas Forças Armadas e no meio civil há muitos anos,” informou.
O paraquedismo é fiscalizado e homologado no Brasil pela Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq).
“É um órgão que fiscaliza o esporte e, por sua vez, temos federações em cada estado. Aqui nós temos a baiana, a qual eu fui presidente por 8 anos,” relembrou.
O atleta destacou ao Acorda Cidade que o paraquedismo é um esporte que aproxima o ser humano do seu interior.
“O paraquedismo é um esporte que te conecta ao fluxo muito rapidamente. É um esporte que te aproxima muito do seu íntimo, do seu ser. Você consegue evoluir rapidamente, qualquer um pode fazer e evoluir. E tem vários estilos para você escolher,” convidou.
Informações
Localização: Praia do Forte
Funcionamento: Sábado e Domingo.
Contato: 75 9 91004096.
Instagram: @bahia.paraquedismo
Com informações da produtora Maylla Nunes do Acorda Cidade.
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