Um dos integrantes do grupo musical baiano Baiana System, Russo Passapusso, natural de Feira de Santana, esteve presente na pré-estreia do filme ‘O Rio do Desejo’, em Salvador na noite de ontem (22). Lá, cedeu entrevista ao Bahia Notícias, parceiro do Acorda Cidade, quanto aos projetos solo e planos para o Baiana System.
Para além da carreira musical, o artista atua no cinema e fará participação no segundo filme da prestigiada obra ‘Ó paí Ó’, previsto para 2023.
“Eu fiz participação do Ó Paí Ó 2. Foi incrível, foi muito massa. Com Margareth, com a galera. Fala sobre a história. É uma atualização. Todas as artes devem ser interligadas, como sempre foi a ideia de fusão da nossa história baiana, de relacionamento com teatro, com música, com tudo isso. O território é fundamental e a gente tem que mostrar que a gente é universal”, avaliou Passapusso ao Bahia Notícias.
Micareta
Após participações no tradicional Carnaval de Salvador, moradores do município de Feira de Santana e visitantes do chamado ‘carnaval de abril’ questionaram a ausência da banda na grade de artistas anunciada para a festa. Para a tristeza dos fãs de Baiana System, Russo Passapusso indiretamente descartou a possibilidade de a banda participar da micareta da cidade, que ocorrerá entre os dias 20 e 23 de abril deste ano.
“Eu acho que não vai rolar a Micareta de Feira. Porque, depois do carnaval, o Baiana desemprega todo mundo. Todo mundo entra em seus projetos pessoais, então o Baiana está mesmo arrumando a casa. Foi muito de surpresa para a gente esse processo. A gente nunca fez micareta. Sempre fez carnaval. As pessoas conhecem o trabalho que a gente faz. A gente não entra pelo show. A gente entra pela história, principalmente em festas que são manifestações, que são ritos de passagem”, disse o vocalista do BaianaSystem.
Russo, entretanto, deixou claro que pretende produzir algo especial junto com a banda para apresentar em Feira de Santana. Para isso, entretanto, o artista avalia que será necessário um tempo maior, para preparar algo à altura da importância do município em que ele nasceu.
“Depois do carnaval, todo mundo saiu. Eu fui entrar lá no Alto da Maravilha, que é um trabalho que eu estou fazendo com Antônio Carlos e Jocafi. Era um disco que eu queria já estar lançando há muito tempo e, como eu fui para esse trabalho — que é preciso ter muito cuidado, porque trata-se do legado da música baiana — eu não posso agora largar um lado para fazer outro. A gente precisa produzir bem, produzir direito, para que seja um presente mesmo para Feira de Santana”, complementou.
‘OLODUMBAIANA’
Questionado sobre uma possível turnê conjunta do BaianSystem com o grupo Olodum, Russo Passapusso afirmou estar na torcida para que o projeto caminhe para frente. A junção, apelidada de ‘Olodumbaiana’, fez sucesso na parceria apresentada durante o Festival de Verão de 2023, em Salvador.
“Tomara! Na real, os músicos querem tocar, o projeto está pronto e a gente quer que a galera tenha a iniciativa de fazer esse processo, porque trata muito dessa acupuntura cultural, mostrar para as pessoas que hoje pode ter um processo coletivo. Trabalhar com Olodum, com Malê Debalê, com Muzenza, com Didá”, afirmou Passapusso, que incentivou que as novas bandas da música brasileira chamem os blocos afros para parcerias.
“Bora, bandas das novas gerações, chamem essas pessoas, misturem com cada vez mais gente, botem os tambores para falar. Vamos entender que a gente não alcançou o futuro do que essas pessoas que passaram fizeram”, finalizou.
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