A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) está intensificando o combate ao furto de água na rede distribuidora de Feira de Santana. De janeiro a julho deste ano, foram localizadas 8.392 fraudes no consumo em todo o município, os famosos “gatos de água”. Onze equipes da empresa atuam na identificação e retirada de ligações irregulares, verificando também adulterações em hidrômetros, intervenções e desvios não autorizados na rede de abastecimento e outros tipos de fraude.
Em um dos casos mais emblemáticos localizados este ano, uma ligação clandestina abastecia, há mais de 10 anos, um edifício residencial de três andares em um bairro de classe média da cidade. O imóvel estava com a água cortada desde 2010, mas quando a equipe da Embasa chegou ao local, constatou que a ligação tinha sido violada e reaberta indevidamente. O “gato” foi retirado, o síndico do condomínio notificado e negociou o débito existente. “Os clientes estão pagando o valor devido pelo consumo clandestino e já solicitaram o restabelecimento da ligação de água”, conta a coordenadora de combate a fraudes da Embasa em Feira de Santana, Cremilda Lins.
Nos primeiros sete meses do ano, a empresa já aplicou mais de R$ 1,5 milhão em multas e quitação de débitos decorrentes de consumo irregular de água. “Monitoramos de maneira permanente as ligações existentes no sistema comercial e fazemos um ‘pente fino’ nas matrículas ativas e inativas”, explica a coordenadora. “Quando uma fraude é localizada em um imóvel, a Embasa busca regularizar a situação junto ao usuário. A primeira intenção da empresa não é cortar. O que a gente quer é trazer o cliente de volta, restabelecer seu abastecimento e tornar a ligação ativa”, afirma ela. Em mais de 90% dos casos identificados em Feira de Santana este ano, os usuários quitaram seus débitos e a Embasa conseguiu regularizar as ligações.
“Oferecemos a possibilidade de negociação dos débitos, facilitamos as condições de pagamento, explicamos sobre a tarifa social de água para aqueles usuários que se enquadram nos requisitos exigidos, entre outras orientações, para que o usuário regularize sua situação, volte a ter seu imóvel abastecido pela Embasa e não precise mais fazer nenhuma ligação clandestina”, esclarece o gerente regional Raimundo Bezerra Neto. Ele também alerta para os riscos e prejuízos dos “gatos” na rede de abastecimento. “Quando uma pessoa faz uma ligação clandestina, pode contaminar a água distribuída. Além disso, como não paga pelo que usa, geralmente gasta mais água do que o necessário, gerando desperdício e diminuindo o volume que chega aos imóveis vizinhos”, argumenta.
Crime – Qualquer intervenção na rede distribuidora ou no hidrômetro com o intuito de furtar água é qualificada como crime contra o patrimônio, de acordo com o artigo 155 do Código Penal Brasileiro que, no parágrafo 3º, ao tratar de furtos, equipara “à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico”. Caso a população identifique alguma ligação clandestina ou desvio de água, pode denunciar de forma anônima pelos canais de atendimento da Embasa: 0800 0555 195 e Atendimento Virtual web (https://atendimentovirtual.embasa.ba.gov.br) ou aplicativo Embasa.
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