Vitória da Conquista

Em trote, alunos da Uesb são obrigados a pôr parte de boi na boca

Procurada, a assessoria de comunicação da universidade informou que não poderia se pronunciar porque o reitor está em viagem.

Acorda Cidade
 

A Polícia Civil da Bahia investigará a partir desta terça-feira (7) uma denúncia feita ao Ministério Público por uma estudante de Agronomia, de 22 anos, que diz ter sido obrigada a pôr na boca órgãos reprodutores do boi durante trote na Universidade Estadual do Sudoeste (Uesb), campus de Vitória da Conquista
 
O caso ocorreu na última sexta-feira (4). De acordo com depoimento da estudante ao Ministério Público, os estudantes a forçaram a participar do trote, emboram tenham sido avisados pela garota que ela era alérgica a tudo.
 
Durante a brincadeira, a estudante, que preferiu não se identificar, e outros colegas calouros foram colocados para andar de “elefantinho” (de mãos dadas uns com os outros e com as mãos passando por debaixo das pernas) e depois tiveram de pôr na boca as partes do boi
 
Os acusados de aplicar o trote são alunos do 3º e do 4º semestre de Agronomia, que teriam dito que aquele órgão “nem era o de verdade”. A estudante, no entanto, desconfia que o membro estivesse coberto com sêmen humano
 
Para finalizar a “brincadeira”, a garota conta que os veteranos prepararam um líquido que seria a mistura de “mata bicheira”, produto usado em bovinos, e urina de animal, obrigando os calouros a fazer bochecho com o produto. A estudante passou mal e foi levada para a enfermaria da Universidade, que serviu apenas café e biscoito para a vítima.
 
Segundo a Comissão de Direitos da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) os acusados podem responder por “lesão corporal, estupro por ato diverso de conjunção carnal e tentativa de homicídio doloso, por dolo eventual, porque sabiam que ela tinha alergia e a colocaram para bochechar com mata bicheira”, disse a advogada Michelly Leão, que está acompanhando o caso
 
Ainda segundo a advogada, a Uesb pode responder por “omissão de socorro, pois eles não souberam lidar com a situação”. Procurada, a assessoria de comunicação da universidade informou que não poderia se pronunciar porque o reitor está em viagem.  
 
A universidade, porém, reconheceu que o trote ocorreu e que o caso está sendo analisado internamente. A enfermeira Maria da Paixão, que atendeu a estudante, e o presidente do Centro Acadêmico de Agronomia, Ednaldo Dantas, do 7º semestre do curso, disseram que não dariam declarações.
 
A delegada responsável pelo caso, Tânia Silveira Santana Santos, disse que aguarda apenas a chegada do ofício do Ministério Público para abrir as investigações
 
A promotora Carla Medeiros, que ouviu o depoimento da estudante, qualificou o trote como “muito violento, podendo configurar lesão corporal”. Estudantes do curso também não quiseram falar sobre o assunto. Depois do caso, o clima entre eles é de muita apreensão.
 
Desde setembro de 2008 os trotes são proibidos na Uesb. Seguranças da universidade disseram, porém, que a orientação é para que não se envolvam nas “brincadeiras” dos alunos. As informações são do Portal Terra.
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