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As vendas no comércio varejista baiano cresceram 2,1% em abril de 2019, quando comparado à igual mês de ano anterior. No varejo nacional, o volume de negócios expandiu 1,7%, em relação à mesma base de comparação. Na análise sazonal, a taxa do comércio varejista no estado baiano registrou taxa positiva de 0,9%, sendo a terceira maior taxa entre as unidades federativas. Os dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio, analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
“A recuperação do comércio varejista, em abril, está associada ao aumento dos empregos com a geração de mais de 10 mil postos formais nesse mês, reflexo dos recentes investimentos públicos do Governo do Estado da Bahia. Vale destacar que a Bahia é o estado que lidera o Nordeste na geração de emprego”, destacou o Secretário do Planejamento, Walter Pinheiro.
O resultado das vendas do varejo baiano em abril revela que o setor volta a ser influenciado pelos estímulos das comemorações do período. Nesse mês, o deslocamento do feriado móvel da Páscoa que em 2018 ocorreu em março, em 2019 se verificou em abril, apesar dos dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas, referentes ao Índice de Confiança do Consumidor e ao Índice de Confiança do Comércio, indicarem desapontamento e cautela por parte dos consumidores e dos empresários com o andamento do ritmo das vendas. No referido mês, ambos os indicadores registraram queda. O primeiro recuou 1,5 pontos em abril, ao passar de 91,0 para 89,5 pontos e o segundo ficou estável em abril, em 96,8 pontos. Segundo Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora da Sondagem do Consumidor, “a queda na confiança dos consumidores está relacionada à decepção com a lenta recuperação econômica e a manutenção de níveis elevados de incerteza”.
Análise de desempenho do varejo por ramo de atividade – Por atividade, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados a abril de 2018, revelam que cinco dos oito segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento positivo. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: Tecidos, vestuário e calçados (9,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,6%), Móveis e eletrodomésticos (4,8%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,5%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,0%). Livros, jornais, revistas e papelaria (-55,0%), Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-37,0%), e Combustíveis e lubrificantes (-0,9%) registraram comportamentos negativos. No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que registraram variações positivas, Móveis (6,5%); Eletrodomésticos (3,8%); e Hipermercados e supermercado (2,1%).
Em abril, a mais importante influência positiva veio do segmento Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, seguido por Outros artigos de uso pessoal e doméstico e Tecidos, vestuário e calçados.
A contribuição de maior peso para o setor nesse mês veio de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, segmento de maior representatividade para o Indicador de Volume de Vendas do Comércio Varejista. Essa atividade registra crescimento nas vendas em razão do aumento da ocupação, principalmente, dos empregos formais que no mês de abril aumentaram em mais de 10 mil postos de trabalho.
O segundo a exercer influência positiva nas vendas foi Outros artigos de uso pessoal e doméstico dos produtos que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, etc.. Esse movimento pode ser explicado pela comercialização de ovos da Páscoa, costume da época. E o terceiro foi a atividade de Tecidos, vestuário e calçados atribuída ao aumento da ocupação.
Em contrapartida, a contribuição negativa de maior peso para o varejo veio de Livros, jornais, revistas e papelaria. O comportamento negativo deste segmento reflete a redução de lojas físicas, bem como a intensificação da prática dos consumidores em realizarem suas compras online.
Comportamento do comércio varejista ampliado – O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção apresentou aumento nas vendas de 0,4%, em relação à igual mês do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação do setor foi negativa em 0,4%.
O segmento de Veículos, motos, partes e peças reduziu suas vendas em 3,4% em relação a igual mês do ano anterior. A variação negativa no volume de vendas da atividade revela que o consumidor está cético em adquirir bens de maior valor agregado, em razão do crédito reduzido. Nos últimos 12 meses, a queda no volume de negócios foi de 1,0%.
Em relação ao segmento Material de Construção, as vendas no mês de abril foram negativas em 1,0%, comparado ao mesmo mês do ano de 2018. No acumulado dos últimos 12 meses, as vendas caíram 4,1%. O comportamento das vendas desse ramo de atividade é influenciado pela lenta retomada de crescimento da atividade econômica, dada a indefinição no cenário da política econômica do novo governo.