Williany Brito
A indefinição dos limites intermunicipais entre Feira de Santana e São Gonçalo dos Campos ainda é um problema que traz, há algum tempo, prejuízos a cidade, segundo a Secretaria de Planejamento do Município. O secretário Carlos Brito teme que os indicadores sociais e financeiros do município possam ser prejudicados em função de um possível equívoco na contagem da população, já que houve uma queda de 49.231 habitantes, de acordo com o Censo 2010, realizado através Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme estimativa populacional do Instituto do ano de 2009, a população de Feira seria de 591.707 habitantes e comparando-se com resultados publicados no Diário Oficial da União, no dia 4 deste mês, é de 542.476 habitantes. O instituto apontou que, na última pesquisa realizada em 2000, eram 3,8 filhos por mulheres em idade fértil. Hoje, chega em torno de 1,9. Isso quer dizer que as mulheres estão tendo menos filhos. A taxa de natalidade no Brasil, de um modo geral, caiu.
O prefeito de São Gonçalo dos Campos (BA), Antonio Dessa Cardozo, conhecido como "Furão", se baseou em mapas antigos e na demarcação oficial realizada pelos recenseadores do IBGE para afirmar que a cidade foi “invadida por Feira de Santana” e não o contrário. Segundo ele, a expectativa no Censo atual era de 31 mil habitantes. A cidade acabou chegando a 33 mil habitantes, 2 mil a mais da estimativa.
Limite de uma cidade para outra
O coordenador do IBGE de Feira de Santana, Roberto Lima, explica que a lei de limite intermunicipal é interpretada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado da Bahia (SEI), veiculado a Secretaria de Planejamento do Estado. Segundo ele, caso haja dúvidas com relação ao limite de um município para outro, o órgão pode ser acionado pela prefeitura local.
De acordo com o coordenador, a lei de emancipação do Município de Feira de Santana diz que no limite entre a cidade e São Gonçalo dos Campos passa uma linha imaginária, que começa na Mata de Pau de Léguas e vai até o Bebedouro do Sabino. “O Pau de Léguas, com o decorrer dos anos, passou a não mais existir. E o Bebedouro do Sabino, com a construção da barragem da Pedra do Cavalo, foi submersa”, esclareceu.