Bahia

Corpo do cientista e médico Elsimar Coutinho é cremado em Salvador

Baiano morreu na segunda-feira (17), após ter complicações por causa da Covid-19. Centro de reprodução e assistência ao planejamento familiar, na capital, vai continuar em funcionamento.

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O cientista e médico Elsimar Metzker Coutinho, de 90 anos, que morreu na segunda-feira (13), em São Paulo, após complicações da Covid-19, foi cremado na tarde desta terça-feira (18), no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador.

A cerimônia foi restrita a familiares e amigos próximos, por causa das medidas de segurança contra a Covid-19. Antes disso, houve uma oração, feita pelo padre Adão Mazur, da Paróquia Ressurreição do Senhor, do bairro de Ondina.

Apesar da idade, Elsimar Coutinho continuava trabalhando nas clínicas onde atuava e foi internado no dia 20 de julho, no Hospital Aliança, em Salvador, após apresentar quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave, decorrente da Covid-19. Quase 10 dias depois, ele foi transferido para o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Por causa da morte do médico e cientista, o governador da Bahia, Rui Costa, decretou luto no estado, nesta terça-feira. Elsimar Coutinho deixa esposa, cinco filhos, 10 netos e quatro bisnetos.

O médico e cientista baiano deixou um importante legado na área de planejamento familiar. O especialista idealizou e fundou o Centro de Pesquisa e Reprodução Humana (CEPARH), referência em reprodução humana, e que ficou de herança para os soteropolitanos.

Além de atendimentos particulares e conveniados, o centro atende gratuitamente pessoas carentes que necessitam de assistência em planejamento familiar.

Elsimar Coutinho

Nascido em 18 de maio de 1930, na cidade de Pojuca, interior da Bahia, Elsimar era filho do médico Elsior Coutinho. Elsimar dizia que a profissão foi uma espécie de herança do pai que, além de médico, era farmacêutico e professor de farmacologia.

Elsimar Coutinho era graduado em medicina, e também em farmácia e bioquímica, pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), onde também concluiu os doutorados em farmácia e bioquímica (1960) e em medicina (1963). Ele foi professor da instituição federal de 1956 a 1990, quando se aposentou como Professor Titular de Reprodução Humana do Departamento de Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana da Faculdade de Medicina da Bahia.

Foi como professor e pesquisador da FMB que Elsimar Coutinho iniciou os seus estudos sobre a progesterona e sua ação na prevenção do trabalho de parto prematuro e descreveu o efeito anticoncepcional da substância.

Fez pós-graduação em Endocrinologia pela Universidade de Sorbonne, em Paris, França, e no Instituto Rockfeller, em Nova Iorque, EUA.

Como professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Elsimar Coutinho fez uma das suas maiores descobertas. Nos anos 60, após observar pela primeira vez os efeitos da supressão da menstruação, o médico revelou a criação do primeiro anticoncepcional injetável de uso prolongado.

A divulgação do método gerou uma grande polêmica, mas ele continuou se dedicando às pesquisas na área e lançou outros importantes métodos contraceptivos injetáveis, pílulas para uso oral e vaginal e os implantes hormonais subcutâneos.

Segundo informações do site da clínica do médico, Elsimar Coutinho também desenvolveu uma série de medicamentos que vão desde fármacos para facilitar a gravidez até outros que impedem o parto prematuro e aborto espontâneo, além dos tratamentos de contracepção e de reposição hormonal em homens e mulheres.

Fonte: G1

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