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Três toneladas é a média diária de óleo recolhida pelo Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) nas praias de Lauro de Freitas e do Litoral Norte, até esta quinta-feira (23). O produto é acondicionado em embalagens resistentes, próprias para evitar novos acidentes. Com equipamentos de proteção individual, para evitar as possíveis intoxicações causadas pelo petróleo bruto, 85 bombeiros se dividem em grupos para atender os trechos mais afetados como Imbassaí, Porto de Sauípe, Subauma e Conde. O Inema e a Defesa Civil do Estado também estão atuando na limpeza das praias.
Foto: Elói Corrêa/GOV-BA
De acordo com o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Francisco Telles, a instituição está há 12 dias retirando o óleo das praias de todo o Litoral Norte, até a divisa com Sergipe. “Estamos aqui em Imbassaí, no município de Mata de São João, onde o óleo invadiu o mangue e já estamos há seis dias fazendo essa retirada. Nos primeiros dias foi retirado muito óleo, cerca de duas toneladas. Agora, nós estamos fazendo o pente fino, sempre com o uso de EPI para a proteção dos bombeiros e dos voluntários.
Em vez de usarmos as luvas mais grossas, já estamos usando luvas táteis para que os bombeiros possam sentir o que estão pegando, evitando dessa forma que em vez de limpar o meio ambiente, a gente ajude a destruí-lo”. O coronel informa que voluntários podem se juntar aos bombeiros, quando virem a ação, e que eles também receberão orientações e EPI para trabalharem.
Foto: Elói Corrêa/GOV-BA
A família de Diogo Santos tem um restaurante na praia de Imbassaí, onde o óleo chegou. “Na semana passada, na quarta-feira, foi o dia mais complicado, quando tivemos uma grande quantidade de óleo chegando à praia. Na quinta-feira ninguém trabalhou aqui porque a areia estava cheia de óleo, assim como as pedras, o mangue. Então nós nos reunimos com os bombeiros para poder fazer um mutirão e limpar as praias. De lá para cá não chegou mais tanto óleo”.
O trabalho precisa ser feito rapidamente, antes que a maré suba. Esse ecossistema é importante para quem sobrevive do turismo. Em Imbassaí, a beleza do encontro entre o mar e o rio atrai visitantes como o eletricista Ricardo Amorim, de Jacobina.
“Eu vim passar as férias aqui com minha mulher e dois filhos. Nós fomos à praia, verificar como é que está a situação. Realmente, há um pouquinho de óleo, mas o trabalho que os bombeiros fizeram junto com os voluntários foi excelente. A gente acha que esse problema prejudica as praias e a imagem do nosso Nordeste, mas os bombeiros estão trabalhando e quando eu cheguei aqui já não vi mais aquele óleo todo. Para o banhista eu acho que não atrapalha mais”.
Silvia Barros é gerente de um hotel em Imbassaí. Ela afirma que, desde o início do aparecimento das manchas de óleo, os turistas têm ligado para se informar das condições das praias. “Tivemos reservas canceladas no hotel, por causa do óleo. Mas o corpo de bombeiros está fazendo o trabalho de limpeza, com a ajuda de voluntários. O próprio hotel participa dos mutirões, recolhendo, todos os dias pela manhã, o óleo que chega. Então nós queremos avisar aos hóspedes e aos futuros clientes que agora já está tudo tranquilo. Existe alguma presença de óleo, mas é pouco e não compromete mais o banho nem a beleza do lugar”, ressaltou.