Bahia

Com trios elétricos, grupo faz carreata no Farol da Barra e cobra realização do Carnaval em Salvador

Ato acontece na manhã deste domingo (21), na região onde ocorre a maior festa de rua do mundo.

Acorda Cidade

Membros do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), vendedores ambulantes e outras entidades favoráveis à realização do evento em 2022 realiza uma carreata na região do Farol da Barra, em Salvador, e cobra a realização da festa, ainda sem confirmação pela prefeitura e governo da Bahia.

Pelo menos seis trios elétricos são utilizados na manifestação, que, segundo a Superintendência de Trânsito da cidade (Transalvador), provocam congestionamento na Avenida Centenário e na Rua Afonso Celso. O órgão informou que também a Rua Airosa Galvão também será interditada.

No dia 11 de novembro, o Comcar fez uma assembleia e a maioria votou a favor de retomar a festa no próximo ano. Desde então, representantes da comissão e do conselho têm pressionado o prefeito Bruno Reis e o governador Rui Costa para que definam se haverá a realização do carnaval.

O vereador e presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Retomada dos Eventos de Salvador, Claudio Tinoco, disse que o relatório da comissão concluiu que até 15 de novembro seria um prazo razoável para a definição por parte do governo do estado e da prefeitura de Salvador.

"Nós temos ouvido o prefeito Bruno Reis dizer que vai decidir no fim de novembro, e o governador Rui Costa dizer que não tem prazo, cabe a eles dar essa resposta à sociedade soteropolitana. Nós estamos aqui diante de uma questão que quem tem que resolver é o prefeito e o governador. E o governador é quem não traz, de forma objetiva, nem um prazo e muito menos as condições, os parâmetros e indicadores das taxas que são necessárias do ponto de vista da questão de saúde sanitária", disse.

Diferentemente do que afirmou Tinoco, o governo do estado, por meio da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), estabeleceu parâmetros para definição, como o avanço da vacinação no estado e da redução do número de casos ativos.

"O ideal é que estivéssemos abaixo de 1,5 mil casos ativos, ou seja, ter uma curva decrescente. Quanto menos pessoas adoecidas, a gente sabe que tem menos espalhamento do vírus", pontuou a secretária Tereza Paim, à época da reunião da comissão.

Logo após o anúncio do Comcar, a prefeitura também se manifestou. Segundo o prefeito Bruno Reis, é preciso analisar os números de vacinação, casos ativos, fator RT e quantidade de óbitos.

"Defendo que a gente possa anunciar a realização do carnaval condicionado a esses números, mas se chegar em fevereiro e não puder ser realizado, adia para outra data que seja mais oportuna e conveniente", ponderou o prefeito no dia 11.

'Não aceitarei ultimato'
 

No dia 10 de novembro, um dia antes da assembleia do Comcar, o governador Rui Costa se manifestou e disse que não aceitará "ultimato de ninguém", para tomar a decisão sobre a realização de carnaval da Bahia.

O posicionamento ocorreu depois que a comissão dos vereadores aprovou um relatório com onze recomendações para que a festa aconteça na capital baiana, antes mesmo do prazo estabelecido para a definição, que era o dia 15 de novembro. [Veja lista completa abaixo]

"Se eu anunciar hoje: 'terá carnaval', e em dezembro os casos explodem, eu vou ter que cancelar. Aí, vou receber várias críticas, e o estado será processado por milhares de pessoas dizendo: 'O governador anunciou que ia ter carnaval, eu fiz contratos e eu quero a indenização pelo meu prejuízo'. Do mesmo jeito que, se eu anunciar: 'Não vai ter carnaval', e lá para dezembro os números caírem de forma drástica… Por que não fazer o carnaval?", disse Rui à época.


Recomendações dos vereadores de Salvador para a realização do carnaval

– Anúncio conjunto pelo Prefeito Municipal de Salvador, Bruno Reis, e pelo Governador do Estado da Bahia, Rui Costa, até o próximo dia 15 de novembro de 2021, da realização do Carnaval 2022;

– Definição e divulgação conjunta pelo Município e pelo Estado de quais serão os indicadores da pandemia que deverão ser monitorados, com os seus respectivos valores históricos e a serem alcançados, para uma eventual decisão de não realização do Carnaval 2022, em virtude de risco à população pela pandemia do Covid-19;

– Instalação, em caráter excepcional e até o final do Carnaval 2022, do funcionamento do COMCAR e da Coordenação Executiva do Carnaval como instâncias de observação e acompanhamento dos indicadores da pandemia citados no item anterior;

– Exigência da comprovação da imunização com a segunda dose da vacina contra o Covid-19, por parte das empresas que comercializam blocos e camarotes, de todos os clientes e trabalhadores;

– Exigência da comprovação da imunização com a segunda dose da vacina contra o Covid-19, por parte da Prefeitura e do Governo, de todos os servidores, inclusive temporários, bem como de todas as pessoas envolvidas nas contratações artísticas e de serviços. Além de todas as pessoas licenciadas para se apresentarem ou trabalharem no Carnaval 2022, inclusive os ambulantes;

– Análise conjunta pela Prefeitura e pela Polícia Militar da viabilidade de utilização das barreiras de controle de acesso aos circuitos como portais de verificação da comprovação da imunização com segunda dose dos foliões;

– Articulação com os órgãos de controle sanitário federal para monitoramento do fluxo de turistas no aeroporto e no porto de Salvador;

– Redução do número de dias do Carnaval 2022, que deverá ocorrer, no máximo, durante sete dias, da quarta-feira (23 de fevereiro de 2022) até a terça-feira (1º de março de 2022);

– Análise da viabilidade de conteúdos com menor adensamento e impacto, como o Fuzuê e o Furdunço, serem deslocados para a programação desses dias;

– Realização pela Prefeitura de Salvador de concurso público para definição do Tema e da Logo para o Carnaval 2022, com motivação para homenagem a todas as vítimas do Covid-19 no mundo, a todos os profissionais da saúde e à vida;

– Ampliação da capacidade de público nos eventos com vendas de ingressos e presença de público maior que 5.000 pessoas e até o limite da capacidade máxima dos locais dos eventos.

 

Fonte: G1
 

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