Publicado em 2019, o livro ‘Alma Sorridente: um tetraplégico apaixonado pela vida’ continua à venda nas livrarias e pela editoria Chiado Pucs. A obra contra a história de Rodrigo Souza Santos, de 43 anos. Ele é morador da cidade de Coité e sofreu um acidente aos 20 anos de idade, quando tomava banho em um rio na cidade de Riachão do Jacuípe, tornando-se tetraplégico.
“Na época do meu acidente eu trabalhava como cozinheiro em São Paulo, em um restaurante italiano, e não pude mais exercer. Fui aposentado por invalidez e teve a questão do tratamento, que por conta do trauma, fica mais difícil exercer qualquer profissão”, contou Rodrigo Souza, ao Acorda Cidade.
Segundo o coiteense, o acidente ocorreu quando ele passava férias na Bahia.
“Falando da minha ida a São Paulo em 98, comecei a trabalhar lá, depois tive férias aqui na Bahia, então fui tomar um banho de rio na cidade de Riachão do Jacuípe e lá ao mergulhar, bati minha cabeça em uma pedra no fundo do rio. No impacto, quebrou a 5ª vértebra do meu pescoço, rompendo a medula, o que me deixou tetraplégico, perdi os movimentos ali mesmo após o impacto. Mas, senti a mão de Deus jogando meu corpo para cima, e os meus amigos me tiraram de dentro do rio e me levaram para o hospital. Desde então, não tenho uma rotina fácil, mas a gente vai se adaptando, e temos que aceitar essa condição para conseguir sobreviver”, relatou o escritor.
Conforme Rodrigo, ele deseja que o livro se torne um sucesso de vendas, para que consiga realizar o sonho da casa própria.
“Meu sonho atualmente é ter sucesso com o livro, fazer com que ele chegue ao maior número de pessoas e que possa ajudar de alguma forma, quando as pessoas tomarem conhecimento, tiverem contato com minha história, e isso possa ajudar aqueles que estão passando um momento difícil, de que é possível passar por esse momento e seguir em frente, sorrindo, sem desistir. E o maior sonho de todos é a casa própria. A gente mora de aluguel, e meu sonho é comprar uma casa aqui em Conceição do Coité, com o sucesso da venda do livro, então peço que as pessoas me ajudem, que as pessoas comprem pelo prazer da leitura e também para me ajudar. Quero ter uma casa que seja adaptada”, revelou.
Na autobiografia, Rodrigo Santos fala também sobre a sua infância em Salvador e como foi morar em Conceição do Coité.
“A minha infância foi a melhor e mais simples possível, fui criado na roça, em um tempo que não tinha tanta tecnologia. As brincadeiras eram as que a gente mesmo fazia, muito divertidas, e brincávamos livremente, não tínhamos medo da violência como temos hoje. Não existia celular, nem videogame, era muito diferente e divertido jogar bola, fazer nossos próprios brinquedos e foi uma infância incrível, não tenho do que reclamar. Moro em Conceição do Coité, mas na verdade nasci em Salvador, e desde muito novinho, com 6 semanas, vim para Conceição do Coité, no povoado Caiçara. Depois com 6 anos, nos mudamos para o Povoado Maxixe. Com 18 anos fui morar em São Paulo, depois voltei de férias e sofri o acidente.”
Ele destacou que o processo de escrita do livro foi tranquilo e buscava, acima de tudo, ajudar pessoas que estivesse passando pela mesma situação.
“Muita gente se identificava com minha história, e decidi compartilhar com todos, a fim de ajudar as pessoas através da minha história de vida, principalmente após o acidente. Como eu lido com a vida de maneira firme. Claro que nem todo dia estamos felizes, mas não podemos viver tristes. Estou sempre sorrindo e sem reclamar, sempre agradecendo a Deus. Tenho quase 23 anos de lesão, e sempre tive o apoio da minha família, minha mãe, meu padastro, minha tia, meus amigos, pois o apoio é muito importante nestes momentos, eles nunca me desampararam, e Deus é que dá forças a todos e cuida de mim. E o que o livro fala é isso, sobre minha história e todas as situações que passei: o acidente, as internações, o processo pós-acidente, internações longas que eu tive, feridas, passei 1 ano e três meses internado no Irmã Dulce, que sempre enfrentei tudo de cabeça erguida, com fé, confiante que as coisas iriam dar certo e sempre deram”, relatou.
Esse foi o meu primeiro livro de Rodrigo Santos, e um segundo livro está a caminho.
“É uma biografia lançada em 2019. Já tem 3 anos e meio que sou escritor. Então tem pouco tempo. Venho escrevendo outro, está no caminho, pois escrevo com calma, porque eu escrevi uma autobiografia e eu não imaginava ser escritor, não tinha essa pretensão. Achava que era para os grandes. Mas as pessoas falavam que minha história dava um livro. Não vivo ainda da Feira do Livro, mas é um sonho e espero que ele tenha sucesso.”
Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade.
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