Bahia

Com dívidas de mais de R$ 200 milhões, empresa de ônibus de Vitória da Conquista tem falência decretada

Viação Vitória, que já não atuava no município há dois meses, estava em processo de recuperação judicial.

Acorda Cidade

Com dívidas que somam mais de R$ 200 milhões, a Viação Vitória, uma das duas empresas de ônibus do transporte municipal da cidade de Vitória da Conquista, na região sudoeste do estado, teve a falência decretada pela Justiça, na quinta-feira (25).

A empresa, que já não atuava no município há dois meses, passava por um processo de recuperação judicial — e fez uma proposta de um plano de recuperação, mas os credores não aceitaram. Ainda não foi definido como será realizado o pagamento das pessoas que têm dinheiro para receber da empresa.

Somente com rescisões de funcionários, a dívida soma R$ 9 milhões, segundo o Sindicato dos Rodoviários.

A crise da Viação Vitória ficou mais evidente em julho deste ano, quando 74 ônibus da empresa ficaram retidos na garagem após uma vistoria da prefeitura da cidade. O executivo municipal detectou irregularidades, como coletivos com pneus "carecas", sinalização quebrada e tacógrafo em mau estado, entre outros problemas. Na ocasião, a prefeitura decretou situação de emergência e cancelou o contrato com a empresa.

A empresa alegou, à época, não ter recursos para pagar fucionários que há três meses não recebiam salários, e até tentou retomar os trabalhos, mas não teve sucesso.

A Cidade Verde, a outra empresa que opera na cidade, que já atendia a 25 linhas, começou a assumir alguns roteiros da Viação Vitória.

A falência da empresa é vista com preocupação pelos trabalhadores. "Descobrimos poucas coisas em nome da empresa e dos sócios. Então, não seria o suficiente para suprir com o pagamento das rescisões de todos os trabalhadores", diz Álvaro Souza, presidente do Sindicato dos Rodoviários.

Funcionários da empresa, que desde maio não recebiam salários, afirmam estar desmotivados e não acreditam que irão receber o pagamento. "A esperança é a mínima. Eu não conto em receber valor algum. Se tiver algum valor bloqueado para mais de 400 famílias, provavelmente não vai dar nem o salário de um mês", afirma o motorista Ronei Brito.

A reportagem tentou contato com o advogado da Viação Vitória e com a prefeitura da cidade, mas, até esta publicação, não conseguiu.

Fonte: G1

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